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Atualizado em 22/06/2006 às 20h15

A CPI dos Sanguessugas, criada para apurar as compras superfaturadas de ambulâncias com recursos do Orçamento, foi instalada nesta quinta-feira com 22 dos 36 parlamentares presentes. Após uma hora de reunião, aberta pelo senador Romeu Tuma (PFL-SP), foi eleito o deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ) como presidente da comissão. No cargo, Biscaia indicou o senador Amir Lando (PMDB-RO) para relator.

Na abertura da reunião, Tuma, que presidiu o início dos trabalhos por ser o mais idoso entre os integrantes da CPI, afirmou que lutar por emendas ao Orçamento é um direito dos parlamentares, porém usar os recursos de forma fraudulenta seria "uma canalhice".

Alguns parlamentares indicados para a comissão foram citados na lista apresentada pela ex-assessora especial do Ministério da Saúde Maria da Penha Lino à Polícia Federal como participantes do esquema. Tanto Biscaia quanto Lando disseram que é muito cedo para responsabilizar alguém da CPI por suposto envolvimento com a máfia das ambulâncias. Para Amir Lando, os crimes ainda precisam ser devidamente apurados.

- Temos que apreciar o contexto da prática delituosa. Não podemos generalizar. Temos que olhar quem fez as emendas e quem tirou vantagem dessas emendas - disse Lando.

- É muito cedo ainda para dizer se este ou aquele parlamentar tem condições de permanecer na CPI - concordou Biscaia.

A CPI tem um prazo de 180 dias, a partir desta quinta-feira, para concluir os trabalhos. Biscaia acredita, no entanto, que será possível concluir as investigações em 60 dias, desde que "haja cooperação de todos os parlamentares". Ele afirmou, no entanto, que a maioria dos parlamentares já demonstrou interesse em cooperar, para que os trabalhos sejam concluídos no prazo.

Na próxima quarta-feira, a comissão volta a se reunir para determinar o cronograma de trabalho. Depois da reunião, os parlamentares devem se dirigir ao Supremo Tribunal Federal, à Procuradora Geral da República e à Polícia Federal para buscar informações para o início das investigações. Segundo Biscaia, o estudo dos documentos já obtidos pelas investigações em andamento será mais importante do que os depoimentos de supostos envolvidos.

- O essencial é o exame da documentação. Se a origem da verba foi documentada, não há contestação - afirmou o petista.

O relator, Amir Lando, já presidiu a CPI do Mensalão e foi relator da CPI do PC, que resultou no impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello, em seu primeiro mandato como senador (1999-2003). A CPI do Mensalão acabou sem aprovar o relatório final, mas Lando afirmou que desta vez vai ser diferente.

O senador não vê problemas em relatar os trabalhos, mesmo com o nome do líder do seu partido no Senado, Ney Suassuna, estar envolvido das denúncias.

- Tenho compromisso com a verdade - ressaltou.

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