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O líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), afirmou nesta segunda-feira (18) que faltam apenas quatro assinaturas para a oposição abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre denúncias de superfaturamento envolvendo o Ministério dos Transportes e o Departamento Nacional de Infraestrutura dos Transportes (Dnit).

Segundo Dias, a oposição vai utilizar o recesso parlamentar que começa nesta segunda e vai até o dia 31 de julho para reunir evidências a fim de convencer os demais senadores sobre a importância de instalar uma investigação no Congresso.

"Faltam quatro assinaturas e no início de agosto temos que trabalhar para instalar esta CPI. É um dever do Senado Federal. O que há é uma afronta ao país, o desvio de bilhões de reais. As providências adotadas até agora pelo governo não são suficientes, o Ministério Público ainda não teve tempo para instaurar os procedimentos para investigação judiciária e cabe ao Congresso Nacional agir com celeridade para dar essa resposta imediata ao país. Esses fatos novos certamente haverão de convencer alguns relutantes de que devem assinar essa CPI por questão de dignidade", disse Dias.

Para abrir uma investigação sobre as denúncias de irregularidades em obras do Ministério dos Transportes, a oposição precisa reunir o mínimo de 27 assinaturas. Até esta segunda, senadores da oposição e de partidos aliados como PMDB, PP e PDT já haviam assinado o requerimento.

O líder do PSDB no Senado aposta que as denúncias de irregularidades publicadas pela imprensa não irão diminuir e, ao final do recesso, a oposição terá argumentos suficientes para ampliar o número de assinaturas.

Desde o começo de julho, o Ministério do Transporte está no centro de uma série de denúncias envolvendo irregularidades em contratos que já provocou a demissão do então ministro Alfredo Nascimento e o afastamento da quatro integrantes da cúpula do ministério.

O então secretário-executivo da pasta, Paulo Sérgio Passos, foi efetivado no comando dos Transportes e assumiu prometendo realizar uma "limpa" nos quadros do ministério. Para a oposição, no entanto, Passos também não teria condições de assumir os Transportes porque faria parte do grupo acusado de envolvimento com irregularidades.

"São informações em quantidade que jamais se viu, pelo menos ao que se diz respeito a uma esfera do governo. Há um lote – já que o governo foi loteado – e os partidos são proprietários de lotes do governo. Este [Ministério dos Transportes] é um lote onde se deu corrupção de forma inquestionável", afirmou.

"Quanto custa o silêncio de Pagot?"

Sobre o diretor afastado do Dnit, Luiz Antônio Pagot, que está entre os supostos envolvidos nas irregularidades, o líder do PSDB questionou os motivos pelos quais o governo ainda não promoveu sua exoneração: "O silêncio do Pagot tem esse preço. Quanto custa o silêncio do Pagot? Eu não sei. Talvez a presidente Dilma saiba e possa responder a essa pergunta."

"Álvaro Dias aposta que o recesso não será suficiente para tirar a crise dos Transportes das ordem do dia dos debates. "O recesso é pouco tempo para esfriar um assunto tão quente. É preciso de mais tempo para apagar esse incêndio", afirmou.

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