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Cachoeira foi reconvocado para depor a CPI | Evaristo Sá/AFP
Cachoeira foi reconvocado para depor a CPI| Foto: Evaristo Sá/AFP

• 96 pedidos de convocação e quebra de sigilo foram aprovados ontem pelos integrantes da CPI do Cachoeira.

• 29 de agosto é a data em que serão ouvidos Fernando Cavendish e Paulo Preto na CPI do Cachoeira. Luiz Antonio Pagot prestará depoimento no dia 28.

Na tentativa de dividir os holofotes com o julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira marcou para a última semana de agosto o depoimento de quatro personagens polêmicos: Luiz Antonio Pagot, ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit); Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, ligado aos tucanos; Fernando Cavendish, principal acionista da Delta Construções; e Adir Assad, dono da empresa Rock Star, sediada em São Paulo, que recebeu recursos da Delta.

Os depoimentos marcados para a última semana de agosto devem coincidir com a leitura da sentença que será dada por Cezar Peluso aos 38 réus do mensalão. Com essa estratégia, a cúpula da CPI espera ofuscar o voto do ministro Peluso, que deverá ser favorável à condenação dos envolvidos com o mensalão. Ao contrário da maioria dos depoentes que tem ido à CPI e optado por permanecer em silêncio, Pagot e Paulo Preto estão dispostos a falar. Pagot é considerado "um fio desencapado" tanto por governistas quanto pela oposição.

O PT condicionou a ida de Pagot à CPI ao depoimento de Paulo Preto. Ex-presidente da Dersa, empresa que administra as obras rodoviárias no estado de São Paulo, Paulo Preto é ligado ao PSDB. Segundo Pagot, Paulo Preto teria pressionado pela liberação de verbas do Dnit para obras do Rodoanel em São Paulo. Parte dos recursos seria usada para abastecer um suposto caixa dois de campanhas tucanas.

Pelo cronograma divulgado no fim da tarde de ontem pelo presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), Pagot será ouvido no dia 28 de agosto. Ex-filiado ao PR, partido que perdeu o Ministério dos Transportes há cerca de um ano debaixo de denúncias de irregularidades, Pagot acusou o PT e o PSDB de usarem o governo federal e o de São Paulo para bancar as campanhas da petista Dilma Rousseff e do tucano José Serra à Presidência da República, nas eleições de 2010.

No mesmo dia do depoimento de Pagot, a CPI pretende ouvir o empresário Adir Assad, dono da empresa Rock Star, que também teria ligações com os tucanos. No dia 29 de agosto, os integrantes da comissão ouvem Paulo Preto e Fernando Cavendish, principal acionista da Delta Construções. Ao contrário de Pagot e Paulo Preto, que deverão falar, Cavendish deverá ficar calado.

Reconvocação

Em sessão administrativa ontem, a CPI aprovou a reconvocação do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, mas ainda não há data definida para o seu depoimento. Ele só irá novamente à CPI se houver a certeza de que vai falar. Em maio, o bicheiro esteve na comissão, mas ficou em silêncio.

Os parlamentares também aprovaram a quebra dos sigilos bancários, fiscal e telefônico da mulher de Cachoeira, Andressa Mendonça. Andressa, que também já foi convocada pela comissão e permaneceu em silêncio, passou a ser considerada integrante do esquema após as denúncias de que teria tentado chantagear o juiz Alberico Rocha Santos, de Goiânia, que julga o processo contra Cachoeira.

A CPI aprovou também convite para o depoimento do deputado Carlos Alberto Lereia (PSDB-GO). O tucano foi flagrado em conversas interceptadas pela Polícia Federal mantendo diálogos com Cachoeira. Já o deputado Sandes Júnior (PP-GO), que também foi pego em escutas telefônicas com Cachoeira, terá de responder a um requerimento de informações, sem necessidade de comparecer à CPI.

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