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Parlamentares que integram a CPI mista da Petrobras decidiram nesta quarta-feira marcar depoimento do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa para o próximo dia 17 e pedir, por várias vias jurídicas, cópia das declarações que ele fez à Polícia Federal.

O presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), disse a jornalistas que já encaminhou ofícios para à Justiça Federal do Paraná e ao ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, pedindo cópia do depoimento de Costa, mesmo antes da sua conclusão.

Informações vazadas dos depoimentos de Costa à Política Federal, mediante delação premiada, revelaram um suposto esquema de repasse de recursos a políticos e partidos da base aliada do governo. Costa está preso desde junho no Paraná devido a acusações decorrentes da operação Lava Jato da PF.

"Além disso, nós vamos pedir para fazer parte do processo (de investigação) como CPMI. Acreditamos que esse é um direito nosso", disse Rêgo.

Os membros da comissão discutiram durante a reunião essa possibilidade e mesmo sem ter certeza de que o pedido será atendido decidiram tentar ter acesso ao depoimento de Costa por essa via também.

Os parlamentares não sabem se o ex-diretor concluirá até semana que vem os depoimentos à PF, o que poderia comprometer sua ida ao Congresso.

Deputados e senadores acreditam ainda que se Costa for à audiência se manterá calado, por conta do acordo que firmou com a Justiça para apontar os envolvidos num suposto esquema de propinas e desvios de recursos da estatal.

Os parlamentares tentam também uma audiência com o ministro Zavascki para explicar, do ponto de vista político, a necessidade de compartilhamento das investigações em curso da operação Lava Jato e do depoimento do ex-diretor da estatal.

Após a reunião, porém, três parlamentares disseram à Reuters que as medidas anunciadas pela CPI mista são uma resposta política, que dificilmente surtirá efeito. "Se nós não fizéssemos nada iriam dizer que não queremos investigar. Nós tínhamos que reagir de alguma forma, mesmo que isso não funcione", disse um deputado, sob condição de anonimato.

O vazamento das denúncias de Costa virou munição para os presidenciáveis de oposição Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB) criticarem o governo e a presidente Dilma Rousseff (PT), que tenta a reeleição.

Nesta quarta, a CPI mista ouvirá depoimento do ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró, também investigado pela operação Lava Jato, que apura um esquema de lavagem de dinheiro.

O líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), defendeu nesta quarta-feira o adiamento do depoimento do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa na CPI Mista sobre a estatal. Representantes da cúpula do partido - como Renan Calheiros (PMDB-AL) e Henrique Eduardo Alves (RN) - teriam sido citados em depoimento de Costa feito ao Ministério Público Federal e à Polícia Federal como integrantes de um esquema de desvios na Petrobrás.

"Em processo de delação premiada não se pode falar nada. Defendi que deveria ter um depoimento apenas após o término da delação. Agora seria perda de tempo", afirmou o peemedebista ao Broadcast Político, serviço da Agência Estado de notícias em tempo real, ao chegar para a posse do ministro Ricardo Lewandowski como novo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF).

O líder do PMDB considerou ainda como "muito ruim" os vazamentos das primeiras informações prestadas por Paulo Roberto Costa. "Acho muito ruim com qualquer um quando saem ilações desse tipo. O Henrique vai se defender do quê?", afirmou o deputado, referindo-se ao presidente da Câmara.

Eduardo Cunha participou no início da tarde desta quarta-feira de reunião entre líderes do Congresso que acertou o depoimento de Costa para a próxima quarta-feira, 17. Conforme revelou o Broadcast Político, no encontro, o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), também se posicionou pelo adiamento do depoimento do ex-diretor da estatal, alegando que ouvi-lo neste momento seria "perda de tempo".

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