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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios quer saber que garantias foram oferecidas pelas empresas do publicitário Marcos Valério Fernandes nos cinco empréstimos, no valor de R$ 40 milhões, que diz ter feito para cobrir gastos de campanha de 2002 e 2004 do PT e de partidos da base do governo. Os integrantes da CPI têm informações de que Valério teria dado como garantia aos bancos contratos de suas agências de publicidade com estatais. O publicitário volta a depor na quinta-feira na comissão.

Para os integrantes da CPI, caso seja confirmado que um contrato de estatal foi dado como garantia na captação de dinheiro privado demonstraria promiscuidade nas relações entre o partido, as estatais e a iniciativa privada. Além disso, se a dívida não for quitada, o dinheiro público iria cobrir o rombo.

Lista de saques feitos por Marcos Valério chega hoje à CPI

O mapeamento do destino dos recursos deve ser obtido com a lista de saques feitos em contas de suas empresas entregue por Valério ao procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza. O documento deve chegar hoje à comissão.

Pelo menos um deputado que integra a CPI, confirmou que Valério deu como aval num dos empréstimos um contrato com o governo. O parlamentar teve acesso ao financiamento de R$ 2,4 milhões do BMG ao PT, do qual o publicitário foi avalista em fevereiro de 2003, e garante que, na parte referente à garantia, foi incluído um dos contratos de Valério com uma estatal.

As duas agências de Valério, DNA e SMP&B, têm contratos com várias empresas do governo. A DNA presta serviços para o Ministério do Trabalho, que atende há mais de dez anos, além do Banco do Brasil e da Eletronorte. A SMP&B tem parte da conta do Ministério do Esporte. Com os Correios, foi assinado um contrato no governo Itamar Franco e outro no do presidente Lula.

Deputados querem investigar contratos a fundo

O deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), um dos sub-relatores da CPI, disse que os contratos precisam ser investigados a fundo.

— A que taxas de juros foram feitos? As dívidas foram executadas? Não descartamos a possibilidade de se tratar de lavagem de dinheiro.

O deputado Eduardo Paes (PSDB-RJ) também quer apurar o comportamento do Banco Central na avaliação dos empréstimos concedidos. Ele disse que valores como os que foram financiados deveriam ter servido de alerta ao BC:

— Por mais que as empresas do publicitário fossem fortes, duvido que as garantias fossem firmes a ponto de justificar que o BC não agisse.

O presidente da CPI e o relator, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), decidiram que, a partir de agora, os depoimentos serão acompanhados por um procurador da República. A medida tem o objetivo de, caso o depoente cometa crimes como falso testemunho, seja imediatamente denunciado pelo Ministério Público.

— Não vamos esperar o relatório da CPI para pedir o indiciamento de quem está mentindo e atrapalhando — disse Delcídio.

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