CPI terá que elaborar lista de suspeitos

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Curitiba – A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) Mista dos Correios terá que vasculhar pilhas de documentos para identificar as pessoas que sacaram dinheiro nas contas do publicitário Marcos Valério, o suposto operador do mensalão. A CPI esperava encontrar uma lista de nomes pronta nos papéis encaminhados ontem pelo Supremo Tribunal Federal (STF), mas se deparou com 41 maços de papel, que teriam mais de 20 mil páginas.

A equipe técnica que trabalha para a CPI dos Correios deve analisar os documentos em 15 dias. O presidente da CPI, Delcídio Amaral (PT–MS), disse que a lista será elaborada pela própria CPI para que o acesso aos nomes dos suspeitos seja facilitado.

O relator da CPI, Osmar Serraglio (PMDB–PR), que tinha declarado que a lista seria "pólvora pura", reavaliou a situação. Ele disse não ter ouvido nomes que já não fossem conhecidos e decidiu esperar pelo trabalho técnico para fazer citações. Serraglio admitiu estar decepcionado, mas alegou que as expectativas da CPI ainda não foram frustradas. Ele considera que a análise dos documentos pode revelar os mais de 120 nomes relacionados aos saques. Além disso, não descarta a possibilidade de a lista estar em outros lotes de papéis.

O relator alegou que não vasculhou os documentos enviados pelo STF porque priorizou as discussões do dia. "Estamos participando de reunião, reunião, reunião. Não tivemos tempo para analisar os documentos repassados pelo STF, mas sabemos que não existe uma relação que vá facilitar os trabalhos da CPI", disse.

Os documentos incluem cópias das ordens de pagamento, extratos bancários e cópias de cheques de Marcos Valério e de suas empresas. Dois funcionários do Banco Rural devem fazer plantão no Congresso para tirar dúvidas da equipe de análise. A suposta lista passou pela Polícia Federal antes de seguir para o STF. Parte da lista vazou pelas mãos de um deputado e contém nomes de assessores e de pessoas desconhecidas.