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Atualizada 29/8/2006 às 21h58

A CPI dos Sanguessugas vai notificar três novos parlamentares suspeitos de participar da máfia das ambulâncias superfaturadas. Os novos envolvidos são: o senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) e os deputados Salvador Zimbaldi (PSB-SP) e Philemon Rodrigues (PTB-PB). Segundo o presidente da CPI, o deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), isso significa que eles passam a ser oficialmente investigados pela Comissão.

O relatório preliminar da CPI dos Sanguessugas citou três senadores e 69 deputados, mas dois renunciaram aos mandatos para escapar do processo de cassação. Os demais 67 deputados responderão a processo no Conselho de Ética da Câmara. No Senado, os processos contra três acusados foram abertos na segunda-feira.

As investigações da CPI e da Procuradoria-Geral da República concluíram que 86 parlamentares estariam envolvidos no esquema, entre deputados e senadores. Desses, pelo menos 58 devem participar das eleições deste ano.

Para Biscaia, há contra os três parlamentares citados nesta terça evidências materiais de que eles receberam vantagens em troca da apresentação de emendas em favor da Planam, empresa apontada como chefe do esquema.

- Não basta que o parlamentar tenha emendas que foram parar no esquema Planam. É preciso que haja evidência de contrapartida - disse Biscaia.

Biscaia disse também que o empresário Luiz Antonio Vedoin não será convocado para prestar mais um depoimento à comissão. Um novo depoimento do empresário havia sido cogitado em razão de reportagem da revista "Época" segundo a qual o empresário teria apontado a participação de outros quatro deputados no esquema de fraudes em compras de ambulâncias por prefeituras. Segundo a revista, teriam sido citados por Vedoin o presidente do Conselho de Ética, Ricardo Izar (PTB-SP), o corregedor da Câmara, Ciro Nogueira (PP-PI) e os deputados José Múcio Monteiro (PTB-PE) e Luiz Piauhylino (PDT-PE). No entanto, os quatro foram inocentados pelo próprio Vedoin em ofício enviado na segunda ao presidente da CPI.

Já o Conselho de Ética da Câmara começou a notificar os 67 parlamentares que respondem a processo de cassação por suposto envolvimento com a máfia dos sanguessugas. Nesta terça-feira, 21 deputados citados no relatório foram notificados. A previsão da CPI é que ao longo da semana os outros 41 parlamentares sejam notificados. Com a notificação, estes deputados terão o prazo de cinco sessões plenárias da Câmara para apresentar sua defesa prévia ao colegiado.

Segundo Izar, cada deputado pode indicar até cinco testemunhas e também elaborar sua defesa prévia, a qual deverá ser apresentada em até cinco sessões plenárias da Câmara após o recebimento da notificação. Izar também quer que a notificação seja recebida pelo próprio parlamentar investigado.

No dia 4 de setembro, na reunião do Conselho de Ética, Izar vai sortear e nomear os relatores dos processos contra os deputados. Segundo ele, alguns conselheiros vão relatar mais de um processo, já que o órgão é composto de 30 deputados, entre titulares e suplentes.

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