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Em menos de uma semana no cargo de governador, Beto Richa pode enfrentar a primeira crise política dentro do governo. Isso porque o deputado Valdir Rossoni (PSDB), apoiado pelo governador e único candidato à presidência da Assem­­­bleia Legislativa, estaria enfrentando resistências dentro do ninho tucano e entre vários parlamentares. Nos últimos dias, cresceram os rumores de que Nelson Garcia (PSDB) teria revelado a Richa a pretensão de montar uma chapa para concorrer com Rossoni no próximo dia 1.° de fevereiro.

A principal insatisfação em relação ao nome de Rossoni seria em relação à forma como se deu à oficialização de sua candidatura. Antes dessa definição, além de Rossoni, o atual secretário-chefe da Casa Civil, Durval Amaral (DEM), também postulava disputar o cargo. Até então, os dois parlamentares tinham um acordo de que um abriria mão para que o outro fosse o presidente da Casa. No entanto, em uma costura articulada por Richa, Durval foi para o governo e Rossoni ficou com a candidatura a presidente da Assembleia.

O acordo teria descontentado parte dos deputados e, sobretudo, o presidente do Tribunal de Contas do Paraná (TC) e ex-presidente da Assembleia, Hermas Brandão. Ele, que apoiava a candidatura de Durval e é desafeto histórico de Rossoni, também não teria concordado com a nomeação de Luiz Claudio Romanelli (PMDB), ex-líder do governo Requião na As­­­sem­­­bleia, para a Secretaria do Tra­­­balho. Durante a disputa eleitoral, o peemedebista teria atacado Hermas em campanha no Norte do estado, para tirar votos de Hermas Brandão Junior (PSB), que é filho do presidente do TC e foi eleito deputado estadual.

Fontes próximas ao governador garantem que a candidatura alternativa de Nelson Garcia tem chances de prosperar, principalmente pelo fato de Hermas ainda ter o apoio de vários deputados da Casa. Além disso, os parlamentares mais antigos estariam descontentes com Rossoni porque o tucano não teria se comprometido a assinar o plano de aposentadoria dos deputados, que foi aprovado na Casa no fim de 2008, mas que ainda precisa ser re­­­gu­­­lamentado pela Mesa Executiva.

Até agora, Garcia já teria conquistado o apoio de PV, PSB, PT (único partido a não aderir à chapa de Rossoni) e de parte de PSDB e PMDB. O principal atrativo aos peemedebistas, que é a maior bancada da Casa, seria o oferecimento da primeira-secretaria, que na chapa de Rossoni ficou com o DEM.

"Não há veracidade nisso. O Nelson Garcia tem compromisso conosco e me reafirmou isso esta semana. Ele apenas disse ao Beto que foi procurado por alguns parlamentares para ser candidato, mas que não aceitou", disse Ros­­­soni. Garcia não foi encontrado para comentar o assunto.

Novo bloco

Enquanto isso, PSC, PRB e PSB, que elegeram sete deputados no total, anunciaram ontem que formarão uma bancada única na Assembleia a partir de fevereiro.

Chama a atenção, porém, o fato de o PSC, ao contrário dos outros dois partidos, ter sido aliado do senador Osmar Dias (PDT) na disputa contra Richa pelo governo do estado. "É um acordo para termos força nas decisões da Casa e espaço político dentro das comissões, em vez de jogarmos sozinhos", justificou o presidente estadual do PSC, deputado federal Ratinho Junior. "A formação do bloco não significa necessariamente ser da base do governo. Essa é uma discussão que deve ser feita depois da posse. Mas eu, pessoalmente, não gosto de o partido impor uma linha de conduta aos deputados."

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