• Carregando...

O delegado-adjunto da 12ª DP (Copacabana) considera que o assassinato dos três franceses, na manhã desta terça-feira (27), está esclarecido. Os três suspeitos já estão presos. Segundo o delegado Marcus Castro, Tárcio Wilson Ramirez, funcionário da organização não-governamental em que os estrangeiros trabalhavam, teria confessado que foi o mandante do crime. Ele teria pago R$ 2 mil a dois homens para matar as vítimas e encobrir um desvio nas contas da ONG que ultrapassaria R$ 80 mil.

A polícia prendeu o terceiro suspeito à tarde, identificado apenas como José Michel. Primeiro a ser preso, Társio, de 25 anos, foi surpreendido quando saía do prédio da Rua Ronald Carvalho, também em Copacabana. Ele estava ferido e carregava um pequeno cofre na mochila. O suspeito está há 10 anos na ONG Terr'Ativa, organização com base em Copacabana e ações em Quintino, no subúrbio do Rio, e que era dirigida pelos estrangeiros. O casal de franceses trabalhava no terceiro andar e morava no nono andar do mesmo edifício.

O segundo suspeito foi preso no Hospital Albert Schweitzer, em Realengo, Zona Oeste do Rio. Luis Gonzaga Gonçalves Oliveira, que teria confessado o crime, foi descoberto porque deixou um documento no local onde os corpos foram encontrados, além de ter sido identificado pelos funcionários do hospital como o suspeito. Ele chegou à delegacia sorrindo.

O crime

Segundo o delegado Marcus Castro, Társio chegou ao prédio da Rua Ronald de Carvalho por volta das 7 da manhã e rendeu o francês chamado Jérôme Faure. Ele foi imobilizado no pequeno apartamento e morto a facadas.

A primeira versão de Társio foi diferente. Segundo o sub-comandante do 19º BPM (Copacabana), coronel Eraldo Almeida Rodrigues, o suspeito contou que foi acompanhar dois técnicos de computação até o escritório de Copacabana. Ao entrar no apartamento, os dois supostos técnicos teriam rendido a ele e aos três franceses. Ainda segundo a versão de Társio, ele foi vendado e imobilizado por um dos homens, enquanto o outro matava os três estrangeiros. O coronel Eraldo fez um rápido comentário: "Esta história é difícil de acreditar".

Os policiais militares dizem ter encontrado "um cenário de horror" no apartamento 303 do prédio da Rua Ronald de Carvalho. O delegado Marcus de Castro afirmou que havia "requintes de tortura" nos corpos das vítimas. No início da tarde, sacolas com documentos sujos de sangue, além de máscaras, facas e luvas chegaram à 12ª DP. O apartamento tinha roupas reviradas e gavetas espalhadas num sinal de que houve muita luta corporal.

O casal de franceses, Christian Doupes e Delphine Douyére, tinha um filho de dois anos, que foi retirado de casa, na manhã desta terça-feira (27), por duas amigas da família. O Conselho Tutelar espera a chegada dos pais de Delphine ao Rio para que seja feita a adoção da criança.

O crime só foi solucionado graças aos vizinhos. Eles viram os três homens entrarem no prédio por volta das 7h e se dirigirem ao escritório dos franceses. Ao ouvirem gritos, eles chamaram a Polícia Militar, que teve tempo de surpreender Tárcio levando o cofre da ONG.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]