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Brasília (Folhapress) – Parlamentares da Comissão Parlamentar de Inquérito dos Correios tentaram convencer Renilda Santiago a entregar o próprio marido, o publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza, apelando para o seu lado mãe e para o seu lado mulher. A estratégia não surtiu efeito. "A senhora só se libertará e libertará seus filhos quando toda a verdade aparecer", disse o deputado Antônio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA). "Não é fácil para uma mãe estar aí, pensando se seus filhos estão assistindo", afirmou a senadora Heloísa Helena (PSOL-AL).

Chegou-se a oferecer à depoente que a sessão passasse a ser fechada para que ela pudesse fazer revelações, mas ela ficou impassível. "A verdade que eu tenho a declarar estou declarando aqui na frente de todos", afirmou Renilda ao deputado Onyx Lorenzoni (PFL-RS).

Ela chorou pela primeira vez ao ser pressionada pelo senador César Borges (PFL-BA), duas horas e meia depois do início da sessão. O raciocínio do senador era que não seria possível ela não saber dos negócios de Valério e que, nesse caso, ela teria sido vítima dele.

"Eu estava com depressão, não saía do quarto, então não ficava perguntando as coisas que via na televisão", disse ela, interrompendo a frase com o primeiro acesso de choro. O presidente da CPI, senador Delcídio Amaral (PT-MS), suspendeu a sessão por meia hora.

O segundo ataque de choro veio ao reclamar da falta de privacidade e de segurança decorrente da exposição pública da família. Na terceira vez, depois de um embate com o deputado Alberto Fraga (PTB-SP), ela teve que sair da sala.

Contrariada com a agressividade do deputado, ela reclamou que suas perguntas eram repetitivas. "A senhora está indócil com o meu pronunciamento", disse ele.

O depoimento, que começou às 11h30, foi encerrado às 19h50 com o questionamento do deputado Moroni Torgan (PFL-CE) que chegou a intimidá-la e pediu que ela virasse a mesa. Ele fez um apelo "à mãe Renilda em nome da história que vai deixar para seus filhos".

"Essa é sua chance de virar a mesa", disse. Renilda chorou novamente pela quinta e última vez. Depois disso, Delcídio Amaral encerrou a sessão, restando ainda dois inscritos para fazer perguntas.

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