• Carregando...
Ex-senador Gim Argello foi preso na 28ª fase da Lava Jato, batizada de Vitória de Pirro. | Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
Ex-senador Gim Argello foi preso na 28ª fase da Lava Jato, batizada de Vitória de Pirro.| Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

A 28.ª fase da Lava Jato pode ser considerada uma espécie de isca em busca de investigados de maior peso nas próximas fases da operação ou mesmo uma tentativa de pressionar o andamento dos inquéritos envolvendo pessoas com prerrogativa de foro.

O ex-senador Gim Argello (PTB-DF), um dos presos nesta terça-feira (12), é acusado de cobrar propina para blindar executivos de empreiteiras na CPI da Petrobras no Congresso.

Em mais uma estratégia contra o governo para impulsionar o movimento pró-impeachment, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) – também investigado da Lava Jato –, e aliados pretendem pressionar o ex-senador a aceitar um acordo de delação premiada.

A ideia é fazer chegar a Gim o recado de que “a prisão preventiva pode não ser apenas preventiva” e que ele “deveria entregar logo quem comandou a negociação na CPI”.

O Ministério Público Federal (MPF) afirma que as propinas pagas a Argello chegaram a mais de R$ 5,3 milhões. Este seria o montante recebido por ele para barrar investigações relacionadas às empreiteiras UTC e OAS na CPI da Petrobras, instalada em 2014. A investigação não conseguiu responder ainda, porém, se o ex-senador teria influência suficiente para impedir sozinho as convocações e quebras de sigilo pela comissão.

Os investigadores de Curitiba foram enfáticos ao dizer que não há indícios de envolvimento de outros parlamentares. “Não sabemos se houve o envolvimento efetivo de pessoas de outros partidos”, disse o delegado da Polícia Federal (PF), Igor Romário de Paula.

Pelo menos mais três políticos são citados na colaboração premiada do senador Delcídio do Amaral por supostamente cobrarem “pedágio” para impedir depoimentos à CPI. Segundo o delator, também participavam das reuniões o ex-senador Vital do Rêgo (PMDB), então presidente da CPI – hoje ministro do TCU –, e os deputados Marco Maia (PT) e Fernando Francischini (SD). Todos negam participação. Por terem prerrogativa de foro, eles não podem ser investigados pela força-tarefa de Curitiba.

O deputado paranaense Rubens Bueno (PPS), que também integrou a CPI de 2014, lembra que cobrou em diversas sessões da comissão a votação de requerimentos. “Percebia que havia conluio da mesa para livrar as empreiteiras das quebras de sigilo e de prestar depoimentos”, falou. O parlamentar afirmou que, ao final dos trabalhos da CPI, denunciou a questão, mas que não ganhou “eco” dos demais integrantes da Comissão.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]