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Moradores da região metropolitana são responsáveis por 30% de todos os atendimentos das unidades de saúde da prefeitura de Curitiba. Na unidade 24 horas do bairro Boa Vista, essa porcentagem chega a 50% dos 700 atendimentos diários, principalmente de moradores de Colombo e Almirante Tamandaré.

Os usuários vêm em busca de atendimento rápido e especializado. "No posto perto da minha casa, se for hoje só consigo consulta para semana que vem", diz a auxiliar de cozinha Mariana Ribeiro, de 25 anos, que mora em Colombo, mas procurou a Unidade de Saúde do Boa Vista para resolver uma forte dor de estômago.

A empregada doméstica Josiane Batista, de 24 anos, mora em Almirante Tamandaré, mas trabalha no Boa Vista. A proximidade com o trabalho leva a doméstica a procurar médico em Curitiba. "Perto de casa precisa chegar às 3 horas da manhã para conseguir consulta no mesmo dia", diz.

O aumento da população na região metropolitana, principalmente a partir dos anos 90, fez crescer o número de pessoas que procuram as unidades de saúde de Curitiba. "Os municípios não conseguem acompanhar esse crescimento", diz o coordenador das unidades 24 horas de Curitiba, Matheos Chomatas. A prefeitura atende todas as pessoas que procuram atendimento médico, independente do município em que moram. "Não temos para onde devolver esses usuários. Atender é até uma questão de solidariedade", diz Chomatas.

Os prefeitos das cidades vizinhas dizem que também atendem população de outras cidades. "Se nossos moradores são atendidos nos postos de saúde de Curitiba, nós também atendemos população de Turnas, Pinhais e Bocaiúva", diz o prefeito de Colombo, José Camargo. O prefeito de São José dos Pinhais faz a mesma comparação. "São José atende moradores de Tijucas do Sul, Piraquara e Pinhais", diz Leopoldo Meyer.

Na comparação da proporção de médicos por número de habitantes, as razões para a procura pelo atendimento em Curitiba aparecem. Enquanto Curitiba tem um para cada 1693 moradores, Fazenda Rio Grande cada médico é responsável por 5413 habitantes (ver infográfico). Pela recomendação da Organização Mundial de Saúde, a proporção deve ser de um médico para cada mil habitantes.

A falta de dinheiro é a justificativa das prefeituras para a pouca estrutura na saúde. O prefeito de Fazenda Rio Grande, Antônio Wandscheer, diz que faz o que pode para melhorar o atendimento. "A prefeitura tem um carro só para levar pessoas para Curitiba que precisam fazer hemodiálise. O município não tem condições de comprar a máquina", diz.

O prefeito de Curitiba concorda que, sem as consultas para os habitantes de outras cidades, os curitibanos seriam melhor atendidos, mas entende os motivos pelos quais esses usuários procuram os médicos da capital. "As cidades não têm condições de atender com a capacidade e qualidade de Curitiba.", diz o prefeito Beto Richa.

Araucária, a cidade mais rica da região, já atende a maior parte de seus moradores na saúde básica. Agora está construindo um hospital para diminuir o número de internamentos na capital.

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