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São Paulo - As duas maiores centrais sindicais do país, Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Força Sindical, resolveram juntar energias em 2010 – ano eleitoral e de provável crescimento econômico –para tentar avançar em antigas reivindicações trabalhistas, como a redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais. "É a primeira vez que estaremos juntos", afirmou o presidente da Força Sindical e do Diretório Estadual do PDT de São Paulo, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força.

A agenda comum também servirá para reforçar a posição favorável à candidatura da chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, candidata do PT. Aliadas de primeira hora do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, as centrais funcionarão como uma linha auxiliar da eleição plebiscitária pretendida pelo presidente.

O início da agenda sindical será na próxima terça-feira, quando CUT, Força e mais quatro entidades farão uma vigília dentro do Congresso para exigir que os parlamentares votem a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 231/95, que reduz a carga de trabalho semanal de 44 para 40 horas. A PEC, que tramita desde 1995 e está pronta para votação, recebeu um adendo que remunera as horas extras em 75% a mais que as normais. Não há acordo, contudo, para que o plenário aprecie a proposta.

De acordo com Paulinho, não haverá uma posição oficial das centrais a respeito das candidaturas, mas o apoio a Dilma será majoritário. "Não posso dizer que todo mundo vai apoiar a Dilma; a grande maioria vai. Tem sindicato na Força que é ligado ao DEM, o meu vice-presidente é do PSDB", disse, referindo-se a Melquíades Araújo, filiado ao partido do governador José Serra, provável candidato da legenda a presidente.

Mais enfático, o secretário nacional de Saúde do Trabalhador da CUT, Manoel Messias Nas­­cimento, avisa que não haverá espaço para dissidência. "A candidatura Serra não contempla a continuidade dos projetos de distribuição de renda. O PSDB não tem uma plataforma desse tipo", disse.

Segundo Nascimento, por causa do ano eleitoral e da expectativa de desenvolvimento econômico no país, a lista de reivindicações estará mais "pesada" e as centrais, mais duras nas negociações. "É sempre mais fácil mobilizar as categorias em épocas de crescimento econômico. As pessoas ficam menos ameaçadas pela possibilidade de desemprego", explica.

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