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No dia da condução coercitiva de Lula, manifestantes pró e contra o governo acirraram os ânimos. | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
No dia da condução coercitiva de Lula, manifestantes pró e contra o governo acirraram os ânimos.| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Nada mais democrático que a possibilidade de manifestantes saírem às ruas para expressar sua indignação com o governo – ou com qualquer outra coisa –, como será neste domingo (3), em todo o Brasil.

Entretanto, o clima de tensão política no país corre sérios riscos de descambar para o extremismo, para o radicalismo e para o autoritarismo – de ambos os lados. Demonstrações nesse sentido já foram dadas tanto por quem critica o governo como por quem o defende.

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Para Roberto Romano, professor de Ética e Filosofia Política da Unicamp, há um discurso perigoso, potencializado pelas redes sociais, de ver o outro como um inimigo. “Só assisti algo parecido antes do golpe de 64”, diz.

A falta de lideranças políticas confiáveis, tanto à esquerda quanto à direita, cria um vácuo que pode ser aproveitado por movimentos políticos extremistas. “Estamos caminhando para uma situação terrível”, diz, comparando o atual cenário político com a República de Weimar – período da história alemã anterior ao nazismo.

Romano cita episódios recentes como exemplos dessa polarização perigosa. Pela esquerda, um grupo de manifestantes foi a uma sessão solene da Câmara, na qual a mãe do juiz Sergio Moro estava sendo homenageada, para hostilizá-la. Pela direita, manifestantes defendem abertamente que as Forças Armadas derrubem o governo.

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Risco de violência

Neste domingo (13), há risco de violência entre manifestantes pró e anti governo. O PT chegou a convocar atos pró-Dilma, mas, formalmente, voltou atrás após pressão do próprio governo – que teme um “banho de sangue”. Isso não impede, porém, que movimentos radicalizados saiam às ruas, contrariando a direção do partido.

Após o pedido de prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo Ministério Público de São Paulo, lideranças do PT, CUT e MST voltaram a pedir a seus militantes para evitar sair às ruas no dia 13, mas a possibilidade de grupos mais radicalizados protestarem não pode ser totalmente descartada.

Para o cientista político Leonardo Barreto, doutor pela UnB, um eventual conflito “pode sustentar discursos mais inflamados e protestos mais radicais”, de ambos os lados. Além disso, eventuais episódios de violência podem reforçar um discurso de vitimização por ambos os lados – retroalimentando o discurso autoritário.

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