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A análise histórica do uso do preservativo no Brasil ao longo dos anos é positiva e pode ser comemorada devido às mudanças de comportamento registradas, disse neste domingo no Centro Cultural Cartola, no Rio de Janeiro, o diretor do Programa Nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids (DST/Aids) do Ministério da Saúde, Pedro Chequer.

Segundo o especialista, o dado mais importante é o uso desde a primeira relação sexual. Em 1986, esse percentual era de 9% no país, subiu em 1998 para 48% e, no ano passado passou para 66%. Entre os homens, a pesquisa revela que o uso do preservativo na primeira relação é superior a 70%.

Pedro Chequer afirmou que o objetivo da campanha Vista-se, Use Sempre Camisinha, do Ministério da Saúde, sobre a importância do uso de preservativo no Carnaval, é fazer com que esses números cresçam ainda mais. "A situação ideal é que mais de 90% da população estejam utilizando preservativo na primeira relação. E nas relações eventuais, apesar de os números serem favoráveis, nós necessitamos ampliar mais ainda essa prática", explicou.

O objetivo do ministério é tornar a utilização do preservativo uma prática permanente entre homens e mulheres, sem constrangimentos, de forma que se possa comprar uma camisinha em farmácias e supermercados da mesma maneira que se compra um fósforo ou uma vela, por exemplo, para uso no dia-a-dia, acrescentou Chequer.

O número de casos de aids notificados no Brasil atingiu, desde 1980 até junho do ano passado, 371.827, dos quais 170 mil estão sob tratamento. Pedro Chequer destacou que na população mais jovem, entre 13 e 29 anos, em que o uso de preservativos é maior de acordo com pesquisa nacional, o ministério observou uma queda importante na ocorrência de novos casos de aids. Já na população com mais idade, entre 40 e 59 anos, que usa menos preservativo, foi constatado aumento de casos, "mostrando claramente que a resposta para o controle da epidemia consiste na prática: é o preservativo para evitar a transmissão sexual".

Alternativa segura

Segundo o diretor, isso comprova que "o preservativo é a alternativa segura, eficaz, operacionalmente factível". Dados nacionais divulgados pelo ministério revelam que o número de infectados pelo vírus da aids tem se mantido estável, em torno de 600 mil pessoas. A meta do governo é ampliar a capacidade de diagnosticar os casos, uma vez que o resultado do teste anti-aids demora hoje até um mês para ser dado. De acordo com Chequer, não se trata de reduzir somente o número de casos diagnosticados, mas de reduzir a infecção de modo efetivo.

O diretor do Programa Nacional de DST/Aids disse que o Ministério da Saúde está adotando nova estratégia para o diagnóstico rápido da doença na Amazônia. Em uma segunda etapa, a atenção estará voltada para o Nordeste e o Centro-Oeste.

O Rio de Janeiro, segundo ele, também é uma preocupação do governo porque embora existam serviços próximos à casa dos pacientes, o diagnóstico não é feito rapidamente. Há problemas na rede, disse Chequer. Ele informou que está conversando com autoridades estaduais e municipais sobre a alternativa de adotar o teste rápido no estado, como se fosse região de difícil acesso, para que a população possa ser diagnosticada de forma ágil e tenha o resultado do exame em tempo hábil.

"Infelizmente, aqui ainda acontecem situações em que o paciente ou a gestante espera um mês para ter o resultado. Isso não é aceitável do ponto de vista do direito do cidadão", afirmou. No caso do teste rápido, o resultado é dado em 15 ou 20 minutos.

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