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O advogado de defesa de Suzane von Richthofen, Mauro Nacif, conseguiu tumultuar o final de sua exposição, em que tentou mostrar que Suzane era dominada por Daniel, que ele foi o cérebro do crime e o fez por dinheiro. Nacif pediu uma diligência até a carceragem do segundo andar do Fórum Criminal da Barra Funda, onde sua cliente e os irmãos Cristian e Daniel Cravinhos ficaram quando vieram prestar depoimento em fevereiro de 2003, meses após o crime.

Segundo o advogado, foi nessa carceragem que os irmãos fizeram a proposta para que Suzane afirmasse que ela e Andreas, seu irmão, sofriam abusos sexuais por parte do pai, Manfred. Como um dos jurados aceitou o convite para a diligência, o juiz pediu que todos os demais também fossem. Faltavam quatro minutos para que seu tempo de exposição se encerrasse.

Segundo o advogado, foi nessa carceragem que Suzane descobriu o lado sombrio do homem que amava.

Durante a exposição de duas horas da defesa de Suzane, Nacif insistiu na tese de que ela era 'escrava psíquica' de Daniel. Ele perguntou aos jurados: Se Suzane não tivesse conhecido Daniel, os pais dela estariam vivos? Para ele, sim.

O promotor Nadir Campos Jr. Pediu a palavra e refez a questão:

- Se os irmãos Cravinhos tivessem conhecido Suzane eles estariam aqui? Certamente, não - disse o promotor.

Jogo de palavras

Para ele, trata-se de um mero jogo de palavras do advogado.

Nacif afirmou que a idéia do crime partiu de Daniel. Ele e Mário Sergio de Oliveira, que também participa da equipe de defesa, alegaram que Suzane era uma menina que vivia numa redoma de vidro, enquanto Daniel tinha experiência de vida. Os advogados chegaram a citar problemas de Daniel com a Justiça, mas como não há nenhum documento no processo, isso não pode ser considerado.

- Suzane só obedecia ao homem da vida dela. Um homem que não teve hombridade de admitir que tirou a virgindade dela - afirma Nacif

Para ele, Suzane obedeceu a Daniel até o episódio da carceragem, em que Daniel pediu a ela para mentir.

- Tudo que ela fez antes disso foi porque estava envolvida por Daniel. Estava apaixonada perdidamente por ele, inclusive quando escreveu a carta pedindo perdão a Astrogildo e Nadja Cravinhos, pais dos irmãos.

Idéia macabra

Para Nacif, a idéia só pode ter partido de Daniel porque a motivação do crime foi dinheiro.

- A idéia macabra e sórdida é unilateral. Ela aconteceu por dinheiro, grana, mordomia. Suzane não precisava disso, porque já tinha.

Nacif reformulou uma afirmação do promotor Roberto Tardelli, feita nesta sexta, em que disse que Suzane era o 'cérebro' e Daniel a 'coragem' na realização do crime.

- O 'cérebro' foi Daniel e a 'coragem' o Cristian - disse.

Nacif disse ainda aos jurados que as dúvidas sempre favorecem os réus. Por isso, pediu a eles que não condenem Suzane se tiverem dúvidas. Pediu que, nesse caso, a inocentem.

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