
Belo Horizonte - A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, desembarca hoje em Minas Gerais, juntamente com o presidente Lula, para a primeira de inúmeras visitas já previstas ao estado neste ano. Com o governador Aécio Neves (PSDB) fora da disputa presidencial, os aliados da pré-candidata petista trabalham para que ela conquiste os mineiros e garanta uma boa diferença de votos no segundo maior colégio eleitoral do país.
Hoje, junto com Lula, a pré-candidata à Presidência estará em três cidades mineiras: Jenipapo de Minas, Araçuaí (ambas do norte de Minas) e Juiz de Fora. O motivo da viagem é a inauguração da Barragem de Setúbal, uma obra que custou R$ 160 milhões e era esperada desde a década de 1980 pela população de Jenipapo de Minas. Em Araçuaí, a agenda é a inauguração de um centro federal de educação tecnológica. De lá, a comitiva seguirá para Juiz de Fora, na Zona da Mata, onde será reinaugurada uma termelétrica que foi convertida para operação a etanol. É a primeira termelétrica a funcionar com o álcool.
Apesar da presença de Lula, as viagens de Dilma a Minas não estão condicionadas a eventos presidenciais. Além dos eventos oficiais, onde estará acompanhando seu principal cabo eleitoral, a ministra também estará em Minas por conta própria, seja simplesmente para visitar a mãe que mora no estado ou para receber homenagens. Já estão previstas a concessão do diploma de honra ao mérito da Câmara dos Vereadores de Belo Horizonte e uma homenagem da Assembleia Legislativa do Estado.
O argumento para as homenagens é a contribuição da ministra ao liberar verbas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para obras como a duplicação da Avenida Antônio Carlos, na capital. Nos compromissos já confirmados, está também um encontro de jovens organizados pelo presidente do diretório mineiro do PT, o deputado federal Reginaldo Lopes. O objetivo é fazê-la passar o máximo de tempo possível em Minas Gerais.
A estratégia petista é convencer o eleitorado que, embora tenha passado a maior parte de sua vida fora de Minas, a ministra é mineira de nascimento e tem profundas raízes com o estado.
Com Aécio na disputa, a chance de a estratégia decolar era vista com reservas, inclusive entre os petistas. Mas, com a decisão o governador mineiro de desistir da disputa e deixar a vaga de candidato tucano para o paulista José Serra, os aliados da ministra ficaram mais animados. Os petistas acreditam e a maior parte dos analistas políticos concordam que haverá um sentimento "anti-Serra" no eleitorado de Aécio, favorecendo o crescimento da campanha de Dilma em Minas. O cenário será outro, porém, se Aécio acabar aceitando a composição puro-sangue, saindo como vice na chapa de Serra. Mas, como até agora, o governador não definiu um posicionamento, a avaliação é de que o terreno está livre para Dilma.



