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No dia em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, um debate sobre a saúde da mulher no Senado acabou virando palco de protestos e bate-boca entre senadoras, convidadas da audiência pública e mulheres que participavam como ouvintes da sessão. Apesar de esvaziada e com a presença de apenas duas senadoras e três palestrantes, a audiência realizada pela subcomissão permanente da defesa da mulher acabou esquentando, porque um grupo de mulheres ligadas a entidades católicas e espíritas decidiram protestar e manifestar-se contra a legalização do aborto.

Munidas de cartazes e faixas contra a legalização do aborto, elas aguardaram a apresentação de slides sobre a saúde da mulher, feita por Cláudia Araújo, que representou o Ministério da Saúde no encontro, e começaram a se manifestar contra o aborto. Afirmaram ainda que as senadores e as palestrantes não representavam as mulheres Isso motivou um bate boca com a senadora Lídice da Mata (PSD-BA) reagiu, dizendo que não adiantava o grupo ir à audiência e tentar intimidar.

"Estamos numa sociedade democrática e as pessoas podem se expressar. O assunto aqui é a saúde da mulher".

Uma das mulheres ponderou que o tempo da senadora já tinha acabado, irritando ainda mais Lídice: Eu sou uma senadora, aqui é minha Casa.

"Aqui é a Casa do povo, senadora. Eu sou uma cidadã. A senhora não representa as mulheres", insistiu uma das mulheres que protestavam.

Em outro momento, nova manifestação da plateia: Temos a mesma visão sobre saúde das mulheres, mas não concordamos que o aborto possa ser solução. Não existe caso de aborto seguro.

Depois à imprensa, uma das mulheres, Maria Angélica Farias, de um lar espírita em Taguatinga que acolhe mulheres, justificou o bate boca.

"Nenhuma delas representa a mulher do Brasil, não queremos a legalização do aborto. A senadora disse que eu estava desacatando ela, mas eu não desacatei. Por que elas não chamaram para participar da mesa pessoas que são contra o aborto?", comentou Angélica, acrescentando: Eu disse que ela não nos representa e que a outra não representa as mulheres negras. Nós é que acolhemos as mulheres. Elas ficaram ofendidas porque eu disse que elas não nos representam.

Ao final da audiência, a professora da UnB e representante de uma entidade feminista, Lia Zanotta, também bateu boca com Angélica.

"Temos que disputar opiniões. Não tenho problema em dizer que sou a favor ( do aborto), mas esse não era o tema da audiência".

Segundo Zanotta, a audiência era para debater a saúde da mulher, mas as mulheres vieram para protestar contra o aborto. A senadora Lídice também disse que no tema da audiência não era o aborto e sim a saúde da mulher.

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