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“Temos muito tempo para discutir porque eu não tenho obrigação de decidir amanhã, depois de amanhã, o ano que vem. Eu decido quando eu quiser.” Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República | Daniel Garcia/AFP
“Temos muito tempo para discutir porque eu não tenho obrigação de decidir amanhã, depois de amanhã, o ano que vem. Eu decido quando eu quiser.” Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República| Foto: Daniel Garcia/AFP

FAB dá prazo até dia 21 para receber novas propostas

A Força Aérea Brasileira (FAB) disse ontem que as empresas que estão na disputa para oferecer os 36 aviões de caça ao Brasil poderão melhorar suas propostas. O prazo para que elas se manifestem vence no dia 21 de setembro. Além do Ra­­­fale, da francesa Dassault, estão na disputa o F-18, da norte-americana Boeing, e o Gripen, da sueca Saab.

Em nota divulgada ontem, o comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, disse que a FAB fará a "análise técnica" do processo de compra e que o governo vai analisar a parte "política e estratégica". Saito adotou o mesmo discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a compra dos caças.

Na nota, a FAB justifica a abertura do processo para que as outras empresas modifiquem suas propostas. "O governo francês já assumiu o compromisso de fazer esforços para ofertar caças Rafale (Dassault) a preços competitivos, razoáveis e comparáveis aos pagos pelas Forças Armadas da França, além de transferência de tecnologia, entre outros pontos. Nesta semana, os outros dois concorrentes também divulgaram o interesse de aprofundar as ofertas", diz.

Segundo o presidente da Co­­­mis­­­são Gerencial do Projeto F-X2, os participantes estão sendo avaliados em cinco áreas prioritárias: transferência de tecnologia, domínio do sistema de armas (pelo Bra­­­sil), acordos de compensação e par­­­ticipação da indústria nacional, técnico-operacional e comercial.

A FAB informou na nota que, até o momento, o processo de seleção reúne mais de 26 mil páginas de documentos, entre ofertas e contra-ofertas, que servirão como base para elaboração e gerenciamento do contrato a ser firmado. A previsão do Comando da Aeronáu­­­tica é concluir a etapa técnica do processo até outubro.

São Paulo - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que a decisão sobre a compra dos 36 aviões de caças para a Força Aérea Brasileira (FAB) é política e estratégica e será tomada pelo presidente da República.

"A FAB tem o conhecimento tecnológico para fazer a avaliação (dos aviões). E ela vai fazer e eu preciso que ela faça. Agora, a decisão é política e estratégica, e essa é do presidente da República e de ninguém mais’’, disse Lula em entrevista em Ipojuca, Pernambuco.

Na segunda-feira passada, durante as comemorações do Dia da Independência, Lula e o presidente francês Nicolas Sarkozy anunciaram em comunicado conjunto "a decisão’’ de entrar em negociação com a empresa francesa Dassault para a compra dos aviões. O anúncio criou um mal-estar no governo brasileiro, uma vez que o processo para a escolha da empresa fornecedora das aeronaves ainda está em curso. Além do Rafale, produzido pela francesa Dassault, estão na disputa o F-18, da norte-americana Boeing, e o Gripen, da sueca Saab.

Lula disse ontem que, por enquanto, a negociação está na fase "do palpite’’ e quem quiser pode palpitar. Porém, é ele quem vai decidir, pois ainda há muito tempo para discutir. "Temos muito tempo para discutir porque eu não tenho obrigação de decidir amanhã, depois de amanhã, o ano que vem. Eu decido quando eu quiser’’, afirmou.

O presidente explicou que o governo brasileiro está conversando com a França porque Sarkozy foi o único presidente que disse "textualmente’’ que o "Brasil tem disponibilidade para vender o (que for) produzido aqui em toda a América Latina’’. "Essa é a única coisa concreta que eu tenho e por isso nós estamos conversando com a França. Se alguém quer ofertar mais, que oferte. Negociação é assim’’, afirmou.

Na quinta-feira, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, admitiu que há uma "preferência nítida’’ do governo brasileiro pela compra 36 de aviões de caça da França, apesar de os Estados Unidos e a Suécia ainda estarem na disputa. Além de Amorim, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, também manifestou preferência à proposta de venda dos caças feita pelo governo da França. Mas ressaltou que o processo para a escolha da empresa fornecedora das aeronaves ainda está em curso.

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