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O presidente Lula (PT) criou um embaraçoso problema político no Paraná ao citar o senador Osmar Dias (PDT) e os ministros Paulo Bernardo (PT) e Reinhold Stephanes (PMDB) como aliados preferenciais para a disputa pelo governo do estado em 2010. No PMDB, o entendimento foi de que a declaração de Lula jogou o partido nos braços do prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), um dos pré-candidatos ao Palácio Iguaçu.

O líder do governo na Assembleia Legislativa, Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), ontem disse que Lula foi infeliz nas declarações feitas à Gazeta do Povo, em entrevista exclusiva publicada no domingo. O presidente afirmou desejar que a união dos três partidos aliados ao governo federal – PT, PMDB e PDT – seria perfeita para oferecer um palanque forte para a campanha petista à Presidência em 2010, provavelmente com Dilma Rousseff.

Mas os argumentos de Lula não convenceram os peemedebistas. O que mais irritou lideranças do partido foi a citação do nome do ministro Reinhold Stephanes como um dos preferidos do presidente. "Lula foi insensível em relação ao PMDB do Paraná porque Stephanes não representa o partido no estado", disse Romanelli.

A bancada estadual vem trabalhando para viabilizar a candidatura do vice-governador Orlando Pessuti (PMDB) para a sucessão de Roberto Requião (PMDB). Mas Pessuti sequer foi citado por Lula. Ontem à tarde, o vice-governador esteve na Assembleia, mas não falou com a imprensa.

Como o PT é aliado de Requião e participa do governo estadual, Romanelli considerou um "desastre absoluto" a interferência do presidente nas costuras pelas candidaturas no Paraná. Primeiro porque Pessuti é quem deveria ter sido citado. Depois porque Osmar foi adversário de Lula e de Requião em 2006.

"Quem se fortalece com isso é o PSDB de Beto Richa", disse Romanelli. A declaração de Lula seria um pretexto para Richa buscar uma aliança com o PMDB caso Osmar seja o candidato apoiado por Lula.

A idéia de uma aproximação entre peemedebistas e tucanos inclusive é do agrado de muita gente do PMDB, que não assume publicamente a preferência por aliança com Richa. Um deputado influente do PMDB, que prefere não se identificar, comentava ontem com os colegas que Lula teria "jogado o partido nos braços de Beto Richa".

Para o líder da bancada, Antonio Anibelli, Stephanes teria sido lembrado por ser um excelente ministro e Lula pode ter "esquecido" do Pessuti. O deputado afirmou ainda que, dos três nomes apontados como preferidos por Lula, dois – Osmas Dias e Reinhold Stephanes – não apoiaram sua reeleição.

O deputado federal André Vargas (PT) tentou minimizar ontem a avaliação do presidente Lula. Ele disse que o partido quer atrair Requião para a candidatura de Dilma Rousseff. Em troca disso, o PT apoiaria a eleição de Requião ao Senado. "Uma eventual aliança com Osmar Dias não exclui o PMDB, para combater o lernismo, representado pelo Beto Richa."

Vargas, o secretário estadual do Planejamento, Enio Verri (PT) e Requião inclusive devem se reunir, em breve, com os 32 prefeitos do PT no Paraná para discutir a aliança entre os dois partidos.

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