• Carregando...
Renan negou que a derrota de Dilma na Câmara dos Deputados tenha sido um reflexo das eleições | Ueslei Marcelino/ Reuters
Renan negou que a derrota de Dilma na Câmara dos Deputados tenha sido um reflexo das eleições| Foto: Ueslei Marcelino/ Reuters

Reação

Petistas sobem o tom: "débeis mentais" e "anacrônicos"

Das agências

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, classificou ontem como "anacrônica" a derrubada do decreto presidencial que regulamenta o funcionamento dos conselhos populares. O ministro classificou o fato como uma "vitória da vontade conservadora de impor uma derrota política à presidente". "Nada mais anacrônico, nada mais contra os ventos da História, nada mais como uma tentativa triste que se colocou contra uma vontade irreversível do povo brasileiro que é a participação social. Acho que no Congresso, aqueles que votaram a favor do decreto legislativo que derruba o decreto de participação social fizeram exatamente contra uma lógica que eles jamais segurarão, que é a da participação social", afirmou Carvalho. Já o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), chamou de "débeis mentais" aqueles que classificam o decreto como uma tentativa de implantar o bolivarianismo no país. Ele se referia a colunistas da imprensa. Porém, diversos deputados usaram esses termos na votação que derrubou o decreto dos conselhos.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse ontem que o Senado também derrubará o decreto da presidente Dilma Rousseff (PT) que cria conselhos populares em diversas instâncias governamentais para discutir e deliberar sobre políticas públicas. O decreto foi cancelado em votação anteontem na Câmara dos Deputados, na primeira derrota de Dilma no Congresso após a reeleição. Irritado, Renan ainda reagiu às críticas do ministro da Secretaria Geral da Pre­­sidência, Gilberto Car­­valho (veja ao lado). Renan afirmou que, mais uma vez, o ministro "não está sabendo do que está falando". O presidente do Senado disse que não sabe quando colocará em votação o projeto que cancela o decreto de Dilma. O PSDB já prepara um requerimento de urgência para colocar a matéria em votação o mais rápido possível.

Sem surpresas

"Ela [a proposta de Dilma] ser derrubada na Câmara não surpreendeu, da mesma forma que não surpreen­­derá se ela for, e será, derru­­bada no Senado", disse Renan. "Essa coisa do decreto não en­­xergo como derrota. Ab­so­­lutamente. Já havia um quadro de insatisfação com relação à aprovação dessa matéria. Essa coisa da criação de conselhos é conflituosa, não prospera consensualmente no Parlamento. Deverá cair."

Em seguida, Renan mostrou irritação com as declarações de Gilberto Carvalho de que foi uma "vitória de Pirro" do Parlamento e de que isso poderia gerar mais derrotas para a presidente Dilma. "Sinceramente, mais uma vez, o ministro Gilberto Carvalho não está sabendo nem o que está falando", disse Renan.

O presidente do Senado argumentou que a insatisfação dos parlamentares com o decreto dos conselhos já era antiga, ou seja, não tinha relação direta com o resultado das eleições. "Ao contrário. Essa dificuldade já estava posta desde antes das eleições. Apenas se repete. Dificilmente passará. Esse é um projeto polêmico, que encontra muitas resistências no Parlamento, tanto na Câmara quanto no Senado. É um assunto polêmico. Em qualquer momento que ele for votado, ele sofrerá, tanto na Câmara quanto no Senado, muita resistência."

Pauta

Renan disse ainda que a prioridade do Senado para a próxima semana será a proposta que muda o indexador de correção da dívida dos estados. "A urgência é regimental, será aprovada e, em seguida, nós marcaremos o dia que a matéria [a anulação do decreto de Dilma] será apreciada. Mas a expectativa do Senado não é diferente da expectativa que havia na Câmara. E não é de agora. Isso é desde muito cedo, desde antes das eleições."

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]