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Um dos pontos que os investigadores pretendiam esclarecer é um suposto pedido de R$ 2 milhões feito pelo ex-ministro Antônio Palocci para financiar a primeira campanha presidencial de Dilma Rousseff. | /
Um dos pontos que os investigadores pretendiam esclarecer é um suposto pedido de R$ 2 milhões feito pelo ex-ministro Antônio Palocci para financiar a primeira campanha presidencial de Dilma Rousseff.| Foto: /

Advogado Juliano Breda, responsável pela defesa do presidente da Andrade Gutierrez,Otávio Marques de Azevedo, preso na sexta-feira (19), durante a 14ª fase da Operação Lava Jato, disse que vai fundamentar o pedido de habeas corpus em uma contradição nos acordos de delação premiada do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e do doleiro Alberto Youssef. Segundo Breda, “eles sempre disseram que nunca trataram com ninguém da empresa”, mas mudaram a versão um ano e meio após o início do acordo de delação.

Costa e Youssef estão na sede da Polícia Federal de Curitiba, onde fizeram uma acareação de seis horas. O objetivo foi contrapor fatos conflitantes apresentados nos depoimentos prestados pelas duas peças-chave da Operação Lava Jato, como o pagamento de dinheiros a políticos.

Paulo Roberto Costa, que está em prisão domiciliar no Rio de Janeiro, chegou à capital paranaense na noite de domingo (21). Youssef está detido na carceragem da Polícia Federal em Curitiba.

Um dos pontos que os investigadores pretendiam esclarecer é um suposto pedido de R$ 2 milhões feito pelo ex-ministro Antônio Palocci para financiar a primeira campanha presidencial de Dilma Rousseff, em 2010. Paulo Roberto disse que mandou Youssef entregar o dinheiro ao ex-ministro, mas o doleiro declarou, em sua delação premiada, que sequer conhece Palocci.

Outro fato que deve ser esclarecido diz respeito a uma suposta doação para a campanha da ex-governadora do Maranhão, Roseana Sarney, que envolve o também ex-ministro Edison Lobão (PMDB-MA). Paulo Roberto afirmou que pediu para Youssef dar R$ 2 milhões para a campanha de Roseana a pedido de Lobão. Já Youssef alega que o ex-diretor da Petrobras pode tê-lo confundido com outro doleiro.

A acareação começou por volta das 10 horas da manhã e não houve pausa para o almoço, de acordo com a PF. A acareação foi comandada por policiais federais e procuradores da justiça do Ministério Público Federal de Brasília, já que o procedimento foi determinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para esclarecer pontos divergentes do que cada um dos dois disse em suas delações premiadas e que envolve políticos com foro privilegiado.

Um dos advogados de Youssef, Antônio Figueiredo Basto, deixou a audiência antes do fim e não falou com a imprensa. “Não vou falar. O processo é sigiloso”, disse.

Mais tarde, por telefone, o advogado afirmou que o procedimento já havia terminado e que ele teria ficado até o fim. De acordo com Basto, a acareação durou cerca de seis horas. “Foi muito proveitoso porque se mostrou que não houve nenhum arranjo na produção de provas”, disse Basto. “Meu cliente manteve as mesmas versões. Meu cliente não conhece Antônio Palocci e não deu dinheiro”, completou o advogado de Youssef. Segundo Basto, o doleiro também manteve a mesma versão em relação à ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney.

Na tarde desta segunda-feira (22) devem começar a ser ouvidos alguns dos 12 presos na 14ª fase da Lava Jato. Primeiro, serão tomados os depoimentos de quatro pessoas que tiveram decretada prisão temporária, como o executivo da Odebrecht Alexandrino de Salles Ramos de Alencar, os executivo da Andrade Gutierrez Antonio Pedro Campelo de Souza e Flávio Lúcio Magalhães, além de Christina Maria da Silva Jorge, da Hayley do Brasil.

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