Dar a um senador o cargo de líder do governo é como entregar a um colega a chave de casa. Sem confiança, nem pensar. Líder precisa de trânsito livre nos corredores do poder para fazer o poder funcionar.
É essa intimidade que sopra o furacão que tomou conta de Brasília com a informação de que Delcídio do Amaral fechou delação premiada. Era obrigação de Delcídio, como líder do governo preso ainda no exercício das funções, em novembro, saber de tudo o que se passava na gestão Dilma Rousseff. E se o que ele falou ao Ministério Público Federal se comprovar, não há mais luz no fim do túnel da presidente.
Segundo o senador, Dilma agiu para barrar o andamento da Lava Jato, em dobradinha com o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, por três vezes. A principal investida teria sido a nomeação do ministro Marcelo Navarro para o Superior Tribunal de Justiça, com o objetivo de proteger empreiteiros investigados pela operação.
A informação é demolidora porque acaba com a “pureza” de Dilma – até FHC disse em julho do ano passado que a presidente era “honrada” e que “não estava envolvida em corrupção”. Sem o último bastião do “PT é o PT, Dilma é Dilma”, sobra pouco ao que a presidente se agarrar.
Delcídio, pelo cargo que ocupou, tende a entrar para a história por expor as entranhas de uma das crises políticas mais violentas do Brasil. Pode ser que nem tudo o que ele diga se confirme. Mas, no atual momento da Lava Jato, só ele abrir a boca já é suficientemente devastador.
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