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Deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) foi relator da CPI da Petrobras. | Wilson Dias/Agência Brasil
Deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) foi relator da CPI da Petrobras.| Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

O representante do estaleiro Keppel Fels no Brasil, Zwi Skornicki, disse ter pago propina ao deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) para que não fosse convocado para prestar depoimento na CPI da Petrobras. Luiz Sérgio era o relator da comissão parlamentar que apurava fraudes na estatal.

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A informação consta de despacho do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, em que é homologado o acordo de colaboração de Zwi, encaminhado nesta sexta-feira ao juiz Sérgio Moro, que conduz a Operação Lava Jato em primeira instância.

“Com relação à participação de autoridades com prerrogativa de foro, o colaborador, em seus termos 11 e 13, afirmou que a empresa Keppel pagou parte da propina ajustada com João Vaccari em nome do Partido dos Trabalhadores para o Deputado Luiz Sérgio Nóbrega de Oliveira. Este mesmo parlamentar teria intercedido para a não convocação do colaborador à CPI da Petrobras”, escreveu Teori no despacho divulgado nesta sexta-feira.

Não há informação sobre o valor que teria sido pago a Luiz Sérgio nem a forma de pagamento. Até 14h desta sexta-feira, o jornal O Globo ainda não tinha conseguido localizar o deputado para ele comentar a acusação.

De acordo com o documento anexado ao processo, Zwi se comprometeu a devolver US$ 23,8 milhões em propinas vinculadas a contratos da Petrobras e entregou à Justiça todas as obras de arte apreendidas durante as buscas realizadas em seus endereços pela Polícia Federal, na 23ª Fase da Lava Jato.

O valor está depositado em contas na Suíça, cujos extratos foram entregues aos investigadores. Skornick ficou 173 dias detido e cumpre prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica por seis meses. Em seguida, terá direito ao regime aberto domiciliar, com obrigatoriedade de ficar em casa apenas no período noturno.

Apontado pela Polícia Federal como um dos principais operadores de propina da Petrobras, Skornicki foi preso na mesma operação que levou à prisão o marqueteiro do PT João Santana e a mulher dele, Mônica Moura. Ele responde em ação por ter repassado ao casal de publicitários US$ 4,5 milhões, para pagamento de dívidas de campanha do PT, e confessou que o valor era referente a propina em contrato da Petrobras.

Na investigação que envolve a participação do ex-ministro Antônio Palocci, Skornicki aparece também em agendas de reuniões com executivos da Odebrecht.

Obras devolvidas

No acordo homologado por Teori Zavascki, o colaborador Zwi Scornicki aceitou devolver, além dos valores em propinas ligadas a negócios feitos na Petrobras, uma série de obras de arte, que também são produtos ou proveitos de crimes, de acordo com o documento.

Zwi tinha em seu acervo criações de artistas como Romero Brito, Miguel Rio Branco, Anna Maria Maiolino, Laercio Redondo, Cícero Dias, Sérgio Sister, Carlos Vergara, Vik Muniz, Amilcar de Castro e serigrafias de Salvador Dalí.

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