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Ministro pede afastamento do STJ para se defender

O ministro Paulo Medina pediu, na tarde desta quarta-feira, afastamento do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

O ministro, que estava licenciado do STJ por problemas de saúde desde 20 de abril, pediu o afastamento para se defender das acusações de venda de sentenças que originaram a Operação Hurricane (Furacão, em inglês), da Polícia Federal.

Segundo o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, Medina também pediu a abertura de uma sindicância para apurar as denúncias de que ele teria vendido sentenças judiciais para a máfia dos bingos e dos caça-níqueis.Leia reportagem completa

O secretário de Segurança Pública do Paraná, Luiz Fernando Delazari, esteve em Brasília na quarta-feira para entregar ao diretor da Polícia Federal, Paulo Lacerda, uma série de documentos levantados nos últimos quatro anos pela Procuradoria-Geral do Estado (PGE) sobre os indícios da venda de sentenças judiciais favoráveis a donos de casas de bingo no Paraná

Durante a visita, Delazari ficou sabendo que a PF e o Ministério Público Federal (MPF) investigam esses indícios no Paraná desde 2004. O secretário sugeriu a realização de uma força-tarefa para investigar as irregularidades. "A idéia é fazer uma compatibilização das informações que eles têm com o que nós temos", afirmou.

A iniciativa seria um desdobramento da Operação Furacão deflagrada há três semanas, e reuniria a polícia civil paranaense, a inteligência da PF de Brasília e a superintendência da PF no Paraná.

As 500 páginas do material encaminhado a Lacerda são um histórico das liminares que permitiram o funcionamento de casas de bingo no Paraná desde 2003. "Repassamos os nomes de todas as estruturas que envolveram essas liminares, desde as pessoas que realizaram os pedidos aos juízes que expediram decisões", disse.

Segundo o secretário, Lacerda mostrou-se "muito interessado" na parceria. O coordenador de comunicação social da PF em Brasília, François René, não confirmou se a força-tarefa será realmente realizada. Também não comentou detalhes das investigações feitas pela PF no Paraná.

De acordo com Delazari, as irregularidades envolviam manobras para que empresas paranaenses fossem associadas a bingos de outros estados. Com isso, o julgamento das liminares que permitiam o funcionamento das casas de bingo, proibido no estado pelo governador Roberto Requião (PMDB) em 2003, ocorria fora do Paraná. As vendas de sentenças, garante o secretário, atingiriam juízes e dos Tribunais Regionais Federais do Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro.

Delazari destacou que nos últimos dias tem sido procurado por várias testemunhas de supostos esquemas de venda de sentenças, o que também deve ajudar nas investigações. Ele prefere, por enquanto, não citar nomes de juízes ou demais pessoas envolvidas. O único lembrado até agora é o do desembargador Ricardo Regueira, do Tribuna Regional Federal (TRF) da 2.ª Região, preso na Operação Furacão, responsável por autorizar o funcionamento de duas casas de bingo no Paraná.

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