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A assessoria do senador Delcidio Amaral (PT- MS) confirmou no fim da tarde desta quarta-feira que começou uma articulação para transformá-lo em candidato do consenso para a presidência do Senado. O senador petista teria sido procurado por líderes do PFL e do PSDB, entre eles Jorge Bornhausen (PFL-SC), insatisfeitos com a candidatura do pefelista Agripino Maia (RN). Segundo a assessoria, Delcidio já teria tido uma conversa com o atual presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), também candidato.

A líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), disse que desconhecia qualquer tipo de articulação nesse sentido e confirmou que pela manhã, em reunião da bancada, o partido ratificou o apoio a Renan. Segundo a senadora, o único ausente no encontro era Delcidio. A petista disse, ainda, que, em conversas com Delcídio ao longo do dia, ele não teria tocado no assunto.

Mais cedo, a primeira notícia que surgiu nos corredores do Senado foi a de que o senador do PT estaria se lançando como candidato de uma "terceira via" no Senado. Sua assessoria chegou a confirmar o rumor, mas depois negou. Ao citar nomes de pefelistas, assessores de Delcidio Amaral listaram Bornhausen e Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) entre os que não estariam dispostos a votar em Agripino. ACM disse que não existe a menor possibilidade de o petista ser candidato de consenso.

O senador tucano Athur Virgílio, entre os candidatos a presidente do Seando, José Agripino Maia (PFL-RN) e Renan Calheiros (PMDB-AL), reunidos para discutir como será a eleição de quinta-feira - Ailton de Freitas/O Globo Renan Calheiros (PMDB-AL) e Agripino Maia (PFL-PB) - fizeram campanha nesta quarta-feira, véspera da eleição. Enquanto Renan se reunia com a bancada do PT, o presidente do PSDB, Tasso Jereissati, que encampou a candidatura de Agripino, peregrinava, com o líder tucano, Arthur Virgílio (AM), e o candidato pefelista em busca de apoios nos gabinetes dos senadores. Entre eles, o de Almeida Lima (PMDB- SE). O senador deve migrar para o PSDB nos próximos dias, mas diz ainda não ter decidido em quem votar. Na terça-feira, o PSDB e o PFL participaram de um manifesto pela candidatura de Agripino. O movimento contou, ainda, com a adesão do senador eleito e ex-governador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE).

Oposição deve continuar no comando do SenadoRenan e Agripino firmaram acordo que mantém a oposição no comando de comissões estratégicas, facilita votações para derrubar vetos do presidente da República e dificulta a vigência de medidas provisórias sem votação.

- Qualquer que seja o resultado da eleição, será mantido o critério da proporcionalidade e adotadas as mudanças regimentais aprovadas recentemente pelo Senado - anunciou Renan depois do encontro com o pefelista nesta quarta-feira.

Virgílio acredita que a Casa continuará sendo "uma trincheira da oposição''. A oposição controla a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e vai disputar a de Assuntos Econômicos (CAE).

O PMDB terá a maior bancada do Senado (20 parlamentares), seguido do PFL (17) e PSDB (13). A oposição perderia espaço se o PMDB formasse um bloco com o PT (11 senadores), mas Renan impediu o movimento.

- A força da oposição e a sensibilidade política de Renan garantem uma disputa de bom nível no Senado. Aqui os partidos do governo não podem se autoflagelar, como na Câmara - disse Arthur Virgílio.

Renan garantiu à oposição que, se reeleito, promoverá sessões exclusivas para apreciar vetos do presidente da República (sem aguardar sessões conjuntas com a Câmara) e criar comissões para examinar medidas provisórias. As duas mudanças foram aprovadas em 2006, mas ainda não foram adotadas.Renan entra na disputa com 44 votos

O presidente do Senado tentou garantir sua reeleição por meio de candidatura única, mas José Agripino não cedeu e garantiu aos dirigentes de seu partido e do PSDB que teria votos para vencer Renan no plenário.

Dos 81 senadores, teoricamente Renan entra na disputa com 16 votos do PMDB (há dois dissidentes e dois indecisos), 11 do PT, os quatro do PTB, os quatro do PR, dois do PDT (entre quatro possíveis), 3 do PSB, um do PCdoB, um do PRB, um do PRTB e um do PP, somando 44. São necessários 41 para vencer.

O presidente do Senado teria ainda o voto do tucano João Tenório, novo representante de Alagoas e liberado pelo partido para apoiar o conterrâneo.

Agripino teria, em tese, 17 votos do PFL, 12 do PSDB, dois do PMDB (o pernambucano Jarbas Vasconcelos e Garibaldi Alves, do Rio Grande do Norte), com chances de ganhar mais dois do PMDB e dois do PDT, somando 35. O único senador do PSOL, José Nery (PA), declarou que votará em branco.

Como a votação é secreta, Agripino teria de tirar cinco votos de Renan para equilibrar a disputa e provocar uma surpresa. Ao contrário do que ocorreu nas eleições mais recentes, os senadores vão usar cabines fechadas para votar.

Votação será em um turno só, em cédulas de papelA eleição do Senado acontecerá às 10h da quinta-feira. Diferentemente da Câmara, que irá usar urna eletrônica na eleição da Mesa Diretora, o Senado manterá as cédulas de papel. Como determina o regimento interno da Casa, a eleição é secreta e será feita depois da posse dos 27 novos senadores. No Senado não há segundo turno. Vence o candidato que obtiver maior número de votos. Os 81 senadores também votam para as duas vice-presidências, as quatro secretarias e as quatro suplências. Esses cargos da Mesa Diretora são indicados pelos partidos políticos, obedecendo ao critério da proporcionalidade, ou seja, os partidos com maior bancada têm direito de fazer as primeiras escolhas. Quando se formam blocos partidários, o critério de indicação pode levar em conta o total das bancadas que os compõem.

O presidente do Senado é também o presidente do Congresso Nacional. É nas sessões do Congresso que são apreciados e votados os vetos presidenciais e o Orçamento Geral da União, por exemplo.

A Mesa Diretora do Senado é substituída, por eleição e votação secreta, a cada dois anos. A presença em plenário para a eleição do presidente é de maioria absoluta, ou seja, pelo menos 41 dos 81 senadores. A eleição da Mesa é feita em quatro votações: para presidente, vice-presidentes, secretários e suplentes.

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