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O presidente da CPI dos Correios, senador Delcidio Amaral (PT-MS), confirmou nesta sexta-feira que Roberto Costa Pinho, que sacou pelo menos R$ 350 mil da conta da SMP&B, trabalhou em sua campanha em 2002. Ele ressaltou, no entanto, que Pinho prestou serviços na campanha por apenas 45 dias, e os saques no Banco Rural teriam sido realizados em 2003. O presidente da CPI admitiu também que foi avalista do aluguel da casa onde Pinho morou em Campo Grande (MS).

Delcidio afirmou que não se sente impedido para continuar à frente dos trabalhos de apuração de corrupção nos Correios. O presidente da CPI disse estar tranqüilo porque o período em que Pinho trabalhou para ele não coincide com os saques feitos na conta do publicitário Marcos Valério, apontado como operador do mensalão.

Desde cedo, parlamentares da oposição passaram a cobrar explicações de Delcidio sobre as denúncias publicadas pelo jornal "Folha de S. Paulo":

- Cabe ao presidente de uma CPI criada para moralizar o país dar todas as explicações cabais, firmes e induvidosas sobre qualquer coisa que diga respeito à sua lisura pessoal, profissional e de homem público. Portanto, está com a palavra o senador Delcidio Amaral - disse o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM).

Virgílio disse ainda que as explicações do presidente da comissão sobre as denúncias publicadas pela Folha devem ser "contundentes, claras e objetivas". Já o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) disse que o episódio deve ser analisado com cautela, uma vez que Pinho foi coordenador da campanha eleitoral de Delcidio em 2002, e os cinco saques ocorreram entre setembro e dezembro de 2003, período em que já era secretário de Desenvolvimento de Programas e Projetos Culturais do Ministério da Cultura.Mas acrescentou que o presidente da CPI dos Correios deve dar todas as explicações sobre o caso.

À "Folha de S. Paulo", Delcidio afirmou que Roberto Pinho foi indicado para a sua campanha pelo publicitário João Santana, que por sua vez lhe foi apresentado pelo ministro da Fazenda Antonio Palocci. Ainda segundo a "Folha de S. Paulo", Pinho foi contratado por Palocci em 2001, quando o ministro era prefeito de Ribeirão Preto, para um projeto de urbanização. As obras desse projeto estariam sendo investigadas pelo Ministério Público pelo uso indevido de R$ 2 milhões.

Amigo e compadre do ministro Gilberto Gil, Pinho foi secretário do Ministério da Cultura até fevereiro de 2004, quando foi demitido em meio a denúncias de irregularidades no principal projeto da gestão de Gil, que previa a construção de bases culturais na periferia das grandes cidades brasileiras. Foram descobertas irregularidades na contratação de empresas de consultoria e na escolha do instituto que administraria a verba de R$ 21,5 milhões que a Petrobras destinaria ao projeto. O Instituto Brasil Cultural (Ibrac), escolhido sem licitação, era formado por um grupo de amigos de Pinho.

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