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O delegado da Polícia Federal, Eduardo Machado Fonte, foi preso na tarde desta quinta-feira (21), por policiais da superintendência da PF no Rio. O delegado trabalhava em Macaé, Região Norte Fluminense.

Ele é suspeito de integrar uma organização criminosa de exploração de jogos ilegais. Segundo a superintendência da PF, este é o 37º mandado de prisão expedido pela justiça na segunda etapa da Operação Furacão, que investiga a exploração de jogos ilegais e venda de sentenças judiciais.

Trinta e três pessoas foram detidas, na quarta-feira (20), como suspeitas de pertencerem ao segundo escalão de uma suposta organização criminosa dos jogos ilegais. Além delas, três suspeitos estão foragidos.

O esquema, segundo a PF, seria comandado pelos bicheiros Antônio Petrus Kalil, o "Turcão", Ailton "Capitão" Guimarães Jorge e Aniz Abrahão David, o "Anísio".

Os três considerados chefes pela PF já estão presos desde a primeira etapa da operação. Em abril, foram presas 25 pessoas no Rio, em São Paulo e na Bahia. Entre eles, havia juízes, desembargadores, bicheiros e policiais. Os magistrados já estão em liberdade. O ministro do Superior Tribunal de Justiça Paulo Medina foi acusado na primeira fase da operação.

Na segunda fase, o balanço é: 25 novos presos e mais oito detidos na primeira fase que voltaram para a prisão. Três estão foragidos: Luciano Andrade do Nascimento, Marcos Antônio Machado Romeiro e Renato Gabriel Alves da Silva.

Os policiais civis Paulo Roberto de Moreira Carvalho e Rogério Delgado Carneiro se apresentaram na sede da Polícia Civil, no centro do Rio.

De acordo com o diretor de inteligência da Polícia Federal, Renato Porciúncula, os policiais vendiam proteção e permitiam a exploração das maquinas caça-níqueis pelos bicheiros.

"Eles não só fechavam os olhos, como davam proteção policial. Os policiais recebiam propina para deixar o jogo atuar", disse Porciúncula.

Suspeita de vazamento

De acordo com a PF, os policiais civis vinham sendo monitorados, e a segunda fase da Operação Furacão teve de ser deflagrada na noite de terça-feira (19), porque houve indícios de vazamento de informações. Segundo o delegado, a organização criminosa monitorava movimentações no judiciário.

Nessa etapa, não só foi decretada a prisão preventiva de 28 integrantes da organização criminosa, como também foi oferecida denúncia à Justiça contra eles. O delegado federal Julio Rodrigues Bilharinho e o agente federal Antonio Oton Paulo Amaral foram presos em São Paulo, onde faziam um curso.

R$ 5 mil por mês

O diretor de inteligência da Polícia Federal detalhou o envolvimento do agente federal Antônio Oton Paulo Amaral no esquema de proteção aos bicheiros. Segundo Porciúncula, o policial federal recebia cerca de R$ 5 mil por mês para avisar quando seriam realizadas operações para reprimir a exploração de caça-níqueis.

Além dos 18 agentes e dois delegados da Polícia Civil, um major da Polícia Militar, e dois policiais federais também já foram presos. Entre os que tiveram a prisão decretada pela justiça, há também um servidor da Câmara Municipal e um servidor da procuradoria do município, segundo a polícia.

A Polícia Federal não deu detalhes sobre as próximas etapas da operação Hurricane, mas informou que ainda existem integrantes da organização criminosa sendo investigados.

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