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Hurricane

São mais de 30 presos na segunda fase da Operação Furacão

Entre os presos estão 20 policiais civis, dois policiais federais e um servidor da Câmara Municipal do Rio - que seria major da PM

Segundo informações da Polícia Federal, até o momento 33 pessoas foram presas durante a segunda fase da Operação Hurricane (Furacão, em inglês). Entre os presos estão 20 policiais civis, dois policiais federais, um servidor da Câmara Municipal do Rio - que seria major da PM -, além de integrantes da organização criminosa encarregados da parte de operação dos pagamentos mensais realizados. Três pessoas ainda estão foragidas, duas delas seriam ligadas ao bicheiro Capitão Guimarães.

Para a operação, desencadeada pela Polícia Federal de Brasília na tarde desta terça-feira, a juíza federal Ana Paula Vieira de Carvalho, da 6ª Vara Criminal do Rio, expediu 36 mandados de prisão. Entre os mandados expedidos estavam os que pediam nova prisão preventiva para oito integrantes da cúpula da organização que controla a máfia dos caça-níqueis, que já estão presos, entre eles, Aníz Abrahão David, o Anísio; Ailton Guimarães Jorge e o Capitão Guimarães.

Em entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira, o delegado Renato Porciúncula, da Diretoria de Inteligência Policial (DIP) e o delegado Delci Teixeira, superintendente da Polícia Federal do Rio, confirmaram que a PF poderá realizar novas operações de combate ao crime organizado que controla máquinas de caça-níqueis. Os presos são acusados de formação de quadrilha e corrupção ativa.

Os presos começaram a ser levados no início da noite da terça-feira para a sede da Superintendência da PF no Rio. Dois policiais federais foram presos no fim da tarde desta terça em São Paulo, onde participavam de um curso. São eles o delegado Júlio Bilharinho, chefe de Operações da Delegacia de Migração; e o agente federal Otto, que teria ligações com Júlio Guimarães, sobrinho do Capitão Guimarães. Ele é acusado no primeiro relatório da Operação Hurricane de alugar em seu nome uma casa para Júlio Guimarães em Búzios. Otto estava lotado no Aeroporto Santos Dumont.

No início da manhã desta quarta-feira, um major da PM foi preso. Policiais da Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM) e agentes da Polícia Federal passaram a madrugada em frente a um prédio em Jacarepaguá, onde mora o major. Ele é um dos suspeitos de envolvimento na máfia dos caça-níqueis. Na manhã desta quarta-feira, a PM, em nota, comentou a prisão do oficial, mas não divulgou o nome nem a patente dele.

Também teria sido presa uma mulher identificada como Jaqueline, que seria secretária de Júlio Guimarães. Ela trabalhava no escritório da Tijuca onde a polícia encontrou, numa parede falsa, R$ 9 milhões.

A operação contou com a partipação de 200 policiais da Diretoria de Inteligência (DIP) da PF de Brasília. Embora estivesse prevista para os próximos dias, a PF decidiu se antecipar por causa de uma suspeita de vazamento de informações. De acordo com a Polícia Federal, os agentes públicos presos asseguravam a exploração do jogo ilegal em troca de recebimento de vantagens indevidas. Os outros alvos da operação são integrantes da organização responsáveis pela operação de pagamento a servidores públicos estaduais e federais.

O novo golpe contra a máfia do jogo ilegal acontece dois meses depois de a primeira operação — que levou à prisão 25 pessoas, entre desembargadores federais, um procurador, um juiz e três bicheiros da cúpula da contravenção — ter sido desencadeada.

A realização da operação em duas fases faz parte da estratégia da operação, segundo a assessoria da PF. Além disso, com as investigações realizadas na primeira fase, foi possível mapear todos os integrantes do esquema. O esquema de venda de liminares para permitir o funcionamento de casas de bingos e de máquinas caça-níqueis, desmembrado pela Operação Furacão, era dividido em diferentes níveis, conforme o processo divulgado pela juíza titular da 6ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, Ana Paula Vieira de Carvalho.

No processo judicial, são identificados os líderes da organização, os intermediários, que fariam o pagamento de propinas, e os funcionários públicos, que liberariam informações privilegiadas. Além disso, são apontados juízes e desembargadores, que teriam recebido dinheiro em troca de decisões favoráveis aos membros da organização.

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