Delegados da Superintendência da Polícia Federal (PF) que atuam na Operação Lava Jato usaram redes sociais para criticar o ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff (PT), segundo reportagem publicada ontem pelo jornal O Estado de São Paulo.
Segundo o jornal, os delegados compartilharam no Facebook propagandas do então candidato Aécio Neves (PSDB) e teceram várias críticas ao governo petista.
Os agentes teriam reproduzido uma propaganda do tucano que mostrava reportagem com o conteúdo da delação premiada do doleiro Alberto Youssef, na qual ele teria dito que Dilma e Lula sabiam do esquema de desvios de dinheiro público da Petrobras. A delação premiada está sob segredo de Justiça.
Um dos delegados que atuou na prisão de Youssef, ainda de acordo com o jornal, postou duas propagandas eleitorais de Aécio. Uma dizia que o PT estaria perseguindo o juiz federal Sérgio Moro, que conduz os processos da Lava Jato na Justiça Federal do Paraná. Outra reproduzia uma fala do tucano em um dos debates: "Que triste o país onde a presidente da República é quem decide quem será investigado".
Procurada pela reportagem da Gazeta do Povo, a PF do Paraná informou que não iria se manifestar sobre as postagens dos delegados. Os posts foram apagados da rede social.
Horas depois da publicação da matéria, a Procuradoria da República do Paraná informou, em nota, que "reitera a confiança e o apoio aos delegados, agentes e peritos" da PF que atuam na operação. A nota foi enviada em nome dos procuradores que fazem parte da força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF) na Lava Jato.
"Em nosso país, expressar opinião privada, mesmo que em forma de gracejos, sobre assuntos políticos é constitucionalmente permitida, em nada afetando o conteúdo e a lisura dos procedimentos processuais em andamento", diz o texto divulgado pelo MPF.
Recurso
A doleira Nelma Kodama, condenada pela Justiça Federal a 18 anos de prisão em um dos processos da Lava Jato, recorreu da sentença ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4). Ela é acusada de liderar um dos núcleos do esquema de lavagem de dinheiro.



