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Em entrevista exclusiva ao "Jornal Nacional", na noite deste sábado, o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, confirmou que o publicitário Marcos Valério Fernandez de Souza fez vários empréstimos para o PT, no valor total de quase R$ 40 milhões e que, com juros, a dívida chegaria a quase R$ 90 milhões.

Delúbio admitiu a existência de "caixa 2" no PT, e culpou o sistema eleitoral que, segundo ele, obrigaria os partidos a manterem uma contabilidade irregular para financiar suas campanhas.

Segundo Delúbio, o dinheiro foi destinado a cobrir despesas de campanha dos diretórios regionais do partido, mas fez questão de destacar que a campanha do presidente Lula à presidência ficou de fora do esquema de financiamento. Ele também ressaltou que assume totalmente a responsabilidade. Delúbio garantiu que agiu sozinho e argumentou que assinou com Marcos Valério um documento particular para garantir os empréstimos.

Em seu depoimento ao procurador-geral da República, prestado na sexta-feira, o ex-tesoureiro também confessou a existência de um "caixa 2" para financiar campanhas no PT e foi além: disse que o dinheiro não declarado bancou candidatos de partidos da base aliada do governo Lula. Segundo Arnaldo Malheiros Filho, advogado de Delúbio, foram beneficiados pelo esquema PP, PTB, PL, PCdoB, PSB e a ala governista do PMDB, nas eleições de 2002 e do ano passado.

O dinheiro foi obtido em empréstimos feitos pelo publicitário Marcos Valério, e, por intermédio das empresas dele, seguia ilegalmente para diretórios país afora.

Na entrevista ao "Jornal Nacional", o ex-tesoureiro não explicou por que o partido não foi diretamente aos bancos contrair o empréstimo e por que precisou movimentá-lo em "caixa 2".

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