Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Fogo-amigo

DEM adia julgamento de expulsão para sexta

Decisão deveria sair amanhã, mas partido vai conceder a Arruda o prazo integral de 8 dias para defesa. Medida visa evitar questionamentos posteriores

“Vou votar pela expulsão dele do partido. Ouvi as explicações do governador, mas elas não me convenceram. É um fato muito grave.” Eduardo Sciarra, deputado federal (DEM-PR) | Luiz Alves/Ag. Câmara
“Vou votar pela expulsão dele do partido. Ouvi as explicações do governador, mas elas não me convenceram. É um fato muito grave.” Eduardo Sciarra, deputado federal (DEM-PR) (Foto: Luiz Alves/Ag. Câmara)

Brasília - O DEM remarcou para sexta-feira a reunião da executiva nacional do partido que vai decidir se o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), será expulso da legenda. O partido havia marcado a reunião para quinta-feira, mas decidiu cumprir integralmente o prazo de oito dias concedido ao governador para apresentar sua defesa por temer questionamentos jurídicos da defesa de Arruda.

"Na minha opinião, deveria ser na quinta, mas pode haver brechas para contestações jurídicas. Por questão de precaução, o partido decidiu apreciar o processo instalado contra Arruda na sexta às nove da manhã, com a definição na sexta-feira de forma impreterível", disse o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN).

Os advogados do governador pretendem encaminhar sua defesa por escrito na quinta-feira, no final do dia. Até lá, Arruda discute com a sua defesa estratégias para convencer o DEM a mantê-lo em seus quadros.

Agripino disse que o partido vai respeitar todo o rito previsto pelo seu regimento no processo contra Arruda. "O partido está tomando todas as precauções, faz o rito dentro do que prescreve o regimento e a legislação. Abriu processo disciplinar, deu prazo de defesa. O partido está tomando nos prazos regimentais todas as atitudes cabíveis. A executiva vai ouvir a acusação, a defesa e votar. Com relação a esse trâmite, não há questionamento a fazer. Não tem brecha", disse o senador.

O DEM abriu processo de expulsão de Arruda na semana passada, depois das denúncias que ligam o governador a um esquema de pagamento de propina a deputados da sua base aliada na Câmara Legislativa do Distrito Federal – conhecido como "mensalão do DEM".

Outros envolvidos

O PMDB só vai discutir punições para os deputados do partido flagrados recebendo dinheiro do esquema conhecido como mensalão do DEM no Distrito Federal depois da conclusão das investigações judiciais sobre o caso. Três deputados distritais peemedebistas foram citados no inquérito da Polícia Federal como possíveis recebedores de propina – Eurides Britto, Benício Tavares e Roney Nemer. A presidente interina do PMDB, Iris de Araújo (GO), disse ontem que a legenda não pode "antecipar julgamentos" sobre os seus filiados.

Outro peemedebista citado no mensalão do DEM, o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP), reagiu ontem às acusações de envolvimento no esquema. Ele disse que se mantém firme no cargo. "Quero dizer em alto e bom som e, se quiserem, escrever em letras garrafais: que, no dia em que eu não tiver condições morais íntimas – não é condição moral decretada por vilões ou por pessoas sem qualificação – eu jamais deslustrarei o Poder Legislativo brasileiro. Eu continuo nesta cadeira, firme, tranquilo e absolutamente sereno, com a convicção de que cumpro o meu dever", disse ao ser aplaudido pelo plenário da Casa.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.