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Abelardo Lupion: de bem com Richa. | Ivaldo Cavalcante/Ag/ Câmara
Abelardo Lupion: de bem com Richa.| Foto: Ivaldo Cavalcante/Ag/ Câmara

A direção nacional do DEM resolveu fazer um "reposicionamento de imagem" do partido neste segundo semestre. Embalado pela crise no governo que derrubou o ex-ministro Antonio Palocci (PT) e pela desarticulação do maior partido de oposição, o PSDB, os democratas querem mudar sua linha de comunicação depois de medir os ânimos do eleitorado em pesquisa qualitativa e quantitativa. A ideia é explorar melhor a imagem "de direita" do partido, evitada após sua refundação em 2007.

"A questão do conteúdo a gente já tem avançado. A consistência do que acreditamos já está acertada. Agora o que falta é a definição da embalagem", afirmou o líder do partido na Câmara, ACM Neto (BA).

A pesquisa será decisiva para se chegar à nova "roupagem" do partido. A cúpula do DEM também tem conversado com cientistas políticos e com marqueteiros que devem colaborar na criação das inserções do DEM na TV a partir de julho, quando começam as convenções do partido.

Com a nova cara, o partido tentará falar com o eleitorado de baixa renda, que deu vitórias recentes ao PT. "Não voltaremos sem linha competente de diálogo com os mais pobres. Não pode ser excludente", avaliou ACM Neto.

Embora admitam que seja pouco provável, alguns cardeais democratas não descartam o resgate do antigo Partido da Frente Liberal (PFL). Para eles, a legenda teria ficado manchada depois do escândalo envolvendo o ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda, no episódio conhecido por "mensalão do DEM".

Direita

Parte do ideário do partido, que se diz defensor do liberalismo econômico e da livre iniciativa, foi moldada após uma sondagem de um instituto de pesquisa em 2007. De acordo com o levantamento feito àépoca, a maioria dos brasileiros é "conservadora".

No entanto, no DEM ainda há dúvidas a respeito da melhor forma de seduzir o eleitorado.Para uma vertente do partido, existe no Brasil um eleitor que é contra o governo e que quer um posicionamento claro de oposição.

Entre os que acreditam que o partido deve distanciar-se do centro está o deputado federal paranaense Abelardo Lupion. "O DEM é um partido de direita e espero que assuma sua posição. Eu sou de direita e isso não é pecado. É uma tendência ideológica, política e uma obrigação com aqueles que me elegem", disse Lupion em entrevista à Gazeta do Povo, em abril.

Para outra ala, o rótulo da direita ficou associado ao período da ditadura e a partidos que não gostam de pobres. Portanto, seria uma armadilha usá-lo.

Para o presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), é preciso repensar a apresentação, mas sem perder a orientação "neutra" da legenda. "O De­­mocratas é um partido fundamentalmente de centro, com gente mais à esquerda e mais à direita", disse.

Sangria

O primeiro semestre foi complicado para o partido. O DEM enfrentou uma debandada com as articulações em torno da fundação do PSD pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.

Colaborou a Redação.

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