
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, confirmou nesta quinta-feira (22) a saída do ministro de Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia, que atualmente é um dos principais responsáveis pela articulação política do governo federal no Congresso Nacional. Nas últimas semanas, Mares Guia foi um dos grandes articuladores para a prorrogação da Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira (CPMF) até 2011.
"A saída do Walfrido é uma perda para o governo, porque ele tem um papel de articulação política fundamental, que ele faz muito bem. É um companheiro solidário, mas nós continuaremos fazendo as negociações mesmo sem ele. Não acredito que vá haver prejuízo, porque acredito que vamos aprovar a prorrogação da CPMF", disse Mantega.
Walfrido prepara uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para pedir o afastamento do cargo, que deve ser entregue ainda nesta quinta. O procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, ofereceu denúncia junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra Mares Guia e o ex-governador de Minas Gerais e atual senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), no caso que ficou conhecido como "mensalão" mineiro. Ele havia avisado ao presidente Lula que deixaria o cargo caso a Procuradoria oferecesse a denúncia para se defender.
O ministro Guido Mantega, por sua vez, afirmou que o governo está conseguindo o "quórum adequado" [votos necessários] no Senado Federal para prorrogar o tributo até 2011. "Estamos conseguindo o quórum adequado, principalmente com a base aliada. É um trabalho que estamos fazendo", disse ele, lembrando que existe a promessa de reduzir a alíquota de 0,38% para 0,30% até 2011.
"Esses recursos adicionais para a Saúde dependem da aprovação da CPMF. Vai beneficiar todos os estados. Temos hoje um acordão da base aliada. Acredito também que alguns membros da oposição poderão apoiar a CPMF, porque têm clareza de que a CPMF é boa não paga o governo, mas para o país", disse o ministro da Fazenda.
O ministro Guido Mantega conclui afirmando que é difícil fazer previsão sobre quando a CPMF será aprovada, mas disse que deverá ocorrer ainda neste ano. "Dentro do mês de dezembro é perfeitamente possível aprovar a CPMF. Com quantos votos não importa. Pelo menos 49. Mas acho que vai ter mais", disse ele.



