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As denúncias contra o delegado Protógenes Queiroz deram um novo impulso à CPI dos Grampos, em Brasília. Uma reportagem da revista "Veja" revelou um esquema de espionagem que teria sido montado pelo delegado para investigar autoridades ilegalmente.

Protógenes é o delegado que comandou a Operação Satiagraha, que resultou na prisão do banqueiro Daniel Dantas. Suspeito de ter cometido abusos, o delegado é investigado pela Polícia Federal."

Nesta segunda-feira (9), o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), defendeu a prorrogação por mais 30 dias da CPI dos Grampos para investigar a denúncia da revista. Iniciada em 2007, a CPI tinha término previsto para este domingo (15).

Apesar de o relatório apresentado na semana passada por Nelson Pellegrino (PT-BA) isentar Protógenes, a cúpula da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e o banqueiro Daniel Dantas, Temer acredita que a prorrogação seria importante.

Na lista das autoridades supostamente espionadas estão o presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o governador de São Paulo, José Serra, o ex-ministro José Dirceu, os ministros Mangabeira Unger (Assuntos Estratégicos) e Dilma Rousseff (Casa Civil) e o chefe de gabinete da Presidência, Gilberto Carvalho.

Protógenes nega. Em seu blog, o classificou as informações de "mentirosas". Para ele, a publicação da reportagem foi feita de "forma bandida e irresponsável". Segundo a revista "Veja", os computadores continham 63 fotografias, 932 arquivos de áudio, 26 arquivos de vídeo e 439 documentos em texto com potencial "para intimidar autoridades" –todos obtidos de forma clandestina.

Segundo o delegado, os documentos foram obtidos de forma legal e diziam respeito a investigações da Satiagraha.

Reações

A direção da revista Veja reafirmou que os fatos narrados na reportagem são a reprodução fiel do que consta na investigação oficial da corregedoria de Polícia Federal em São Paulo.

O presidente do Supremo, Gilmar Mendes, disse que a reportagem confirma a denúncia de que o Brasil vive sob ameaça de um estado policial.

O ex-presidente Fernando Henrique declarou que a espionagem passou do limite e que o governo tem de agir.

O governador de São Paulo, José Serra, cobrou um investigação sobre o caso.

O ex-ministro José Dirceu também condenou a ação do delegado e cobrou providências do governo e da Justiça.

A ministra Dilma Rousseff, o ministro Mangabeira Unger, e o chefe de gabinete da Presidência, Gilberto Carvalho, não comentaram o assunto.

Os senadores Heráclito Fortes e Antonio Carlos Magalhães Júnior disseram que vão recorrer à Justiça contra o delegado.

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