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Os três candidatos à presidência da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Gustavo Fruet (PSDB-PR), terminaram seus discursos por volta das 16h35. Pouco depois, às 16h40, o presidente da sessão, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), deu início à votação para a presidência da Casa e para os outros dez cargos da Mesa Diretora.

Discursos

O primeiro a discursar foi o deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), que voltou a defender a autonomia da Câmara e disse que sua candidatura representa a renovação. "Não fui eleito para ser delegado de polícia nem para ver a Câmara nas páginas policiais", afirmou.

O deputado pediu que seus colegas rompam com o "continuísmo" que representam as candidaturas de Chinaglia e Aldo. "Vivemos hoje uma disputa autofágica na base do governo, que contamina mais uma vez a Câmara", disse.

Aldo foi o segundo a falar e destacou que durante sua gestão na presidência da Câmara jamais fugiu da responsabilidade. "Enfrentamos momentos difíceis. O Brasil sabe, os senhores sabem, que, em todos os momentos, está Casa foi presidida com dignidade, pois nunca fugi da minha responsabilidade", afirmou o comunista.

O deputado do PC do B também ressaltou que a Câmara não pode ficar alheia aos interesses da população. "Precisa cada vez mais ser a Casa do povo brasileiro para que o Brasil tenha soberania. Esta é a Casa que constrói os interesses do país, os interesses do povo."

Depois de dizer que participou de oito campanhas presidenciais (primeiro e segundo turnos) ao lado do presidente Lula, Aldo sinalizou a insatisfação por não ter sido escolhido o candidato único da base governista. "Nunca imaginei pagar o elevado preço da discriminação e do preconceito por me manter fiel às minhas idéias."

O último a discursar foi Chinaglia, que se comprometeu, se eleito, ser um presidente aberto às discussões. "Ao pedir o apoio, o voto e a confiança de cada um dos senhores e senhoras, quero registrar meu compromisso de dirigir essa Casa ouvindo democraticamente todas as bancadas, independentemente se é governo ou oposição."

O petista também prometeu que, se eleito, defender os interesses da Casa. "Não temos que ter medo de qualquer crítica. Não vamos assistir passivamente às críticas ao parlamento e ao parlamentar. Esta Casa vai ser dirigida pela Constituição Federal pelo regimento interno", afirmou Chinaglia. Apoios

Na disputa pela presidência da Casa, Arlindo Chinaglia conseguiu o maior número de apoios à sua candidatura. O petista recebeu apoio das bancadas do PMDB, PT, PR, PTB e PP, que, juntos, totalizam 272 deputados federais eleitos.

Se todos os "aliados" votarem no candidato PT, a eleição poderá ser definida no primeiro turno, já que, para vencer na primeira contagem, um candidato precisa dos votos de, pelo menos, 257 dos 513 deputados.

A Secretaria-Geral da Câmara, porém, faz um esclarecimento importante: não serão necessários 257 votos para um candidato ganhar a presidência da Câmara em primeiro turno se alguns dos parlamentares não votarem.

Segundo a secretaria, para vencer no primeiro turno, o candidato precisa da maioria dos votos válidos dos presentes. Ou seja, se alguns dos 513 deputados não votarem, bastará maioria absoluta sobre os votos válidos dos votantes.

Candidato à reeleição, Aldo Rebelo tem o apoio de quatro legendas: PC do B, PSB, PDT e PFL, que somam 125 parlamentares. Já o oposicionista Gustavo Fruet conseguiu o apoio oficial de PPS e de seu próprio partido, o PSDB, que juntos têm 81 votos. Presidência

A presidência da Câmara é sempre o cargo mais cobiçado da Casa, principalmente pela base do governo. Ele tem a prerrogativa de definir a pauta de votações, comandar e gerenciar as sessões de plenário e, o principal para um governo: decide se aceita ou arquiva representações que pedem o "impeachment" do presidente da República.

Além disso, o presidente da Câmara é o segundo na linha sucessória do presidente da República. Na ausência do presidente e do vice, é ele quem assume o governo. Isso aconteceu com o próprio Aldo em 2006 –ele assumiu a presidência devido à ausência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice José Alencar. Urna eletrônica

Pela primeira vez na história da Câmara uma votação secreta será realizada por meio de urna eletrônica. O objetivo principal é evitar a longa duração neste tipo de sessão. Em 2005, por exemplo, a votação que elegeu Severino Cavalcanti foi feita através de cédulas e durou cerca de 17 horas, incluindo primeiro e segundo turnos.

A previsão agora é que o primeiro turno não ultrapasse quatro horas de duração. Se houver a necessidade de uma segunda votação, a expectativa é que aconteça em, no máximo, duas horas.

Serão nove cabines de votação. No primeiro turno, os deputados votarão em cada um dos 11 cargos disputados: presidência, primeira vice-presidência, segunda vice-presidência, primeira, segunda, terceira e quarta-secretarias, e quatro suplências para cada secretaria.

Não há um número indicado aos candidatos. Na tela, aparecerá a foto dos postulantes a cada cargo, o parlamentar clicará na imagem de seu escolhido e confirmará o voto. A expectativa é que cada deputado leve, no máximo, três minutos para votar nos 11 cargos.

A primeira apuração será a da briga pela presidência da Casa.Se houver a necessidade de segundo turno, essa votação ocorrerá antes da apuração do primeiro turno dos outros dez cargos.

Somente depois da conclusão do resultado da eleição presidencial, é que a apuração das outras funções será feita. Assim como para o cargo de presidente, poderá haver segundo turno para esses postos.

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