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Forçado pela Súmula Vinculante número 13 do Supremo Tribunal Federal (STF) a demitir três cunhados que empregava em seu gabinete, o deputado federal Vilson Covatti (PP/RS) encontrou uma solução caseira para suprir a falta que os assessores fariam e contratou as mulheres de seus ex-funcionários.

Formalmente, por salários de R$ 4 mil, Eliana de Fátima Dolina Franciscatto assumiu a tarefa de seu marido Sandro Roberto Franciscatto na coordenação geral do gabinete de Brasília e do escritório de Porto Alegre, enquanto Mauren Ângela Lorini Franciscatto substitui Júlio César Franciscatto como coordenadora regional dos trabalhos do gabinete no Rio Grande do Sul. Informalmente, seus maridos desempregados podem ajudá-las em suas novas tarefas. "Elas sempre ajudaram, agora espero que eles também ajudem, prestem algumas orientações para a execução dos trabalhos", explica Covatti.

O deputado federal não aceita tratar as substituições como um artifício para não se submeter à súmula. Prefere lembrar que os dois cunhados trabalhavam com ele havia 13 anos e, por serem competentes, são reconhecidos por todos os seus milhares de eleitores. "Não há imoralidade, nem ilegalidade, não estou driblando a lei", sustenta Covatti. O deputado destaca que, mesmo não concordando, submeteu-se à súmula, demitindo os cunhados.

Covatti também disse que vai pedir audiência ao ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF) para argumentar que as mulheres de cunhados não se enquadram nas exigências que acabam com o nepotismo e que precisa manter consigo quem detém a memória de sua vida pública e é reconhecidamente competente. "Se ele disser que é ilegal eu respeito, mas imoral não é", sustenta.

Embora admita perplexidade, Mello evita avaliar a atitude de Covatti. Com a ressalva de que fala em tese e não especificamente do deputado gaúcho, destaca que "as regras são feitas para serem obedecidas e não dribladas" e sugere que o País precisa avançar culturalmente no cumprimento das leis que já existem.

Em suas explicações, Covatti gosta de destacar que foi o deputado estadual mais votado de 2002, terceiro deputado mais votado do Estado em 2006 e é marido da deputada estadual Silvana Maria Franciscato Covatti (PP). Também afirma que tem como projeto se eleger governador do Estado em 2010.

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