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Curitiba – O único voto contra o pedido de prisão de Marcos Valério foi do deputado federal do Paraná Nelson Meurer (PP). Para ele, os outros 19 integrantes da CPI dos Correios cometeram abuso de autoridade ao pedirem ontem a prisão do publicitário.

Valério "não deve ser preso porque tem residência fixa (em Belo Horizonte, MG) e está contribuindo com as investigações", argumenta Meurer.

O deputado diz que não há risco do publicitário, acusado de ser o operador do mensalão, destruir provas. "Os documentos que estamos esperando serão fornecidos pelos bancos. Ele não tem como alterar essas provas", justifica. Além disso, alega que Valério não demonstra interesse em fugir, uma vez que entregou seu passaporte à CPI dos Correios, no último dia 6.

O ex-prefeito de Francisco Beltrão (Sudoeste), que cumpre terceiro mandato como deputado federal, garante que o pedido de prisão de Valério não tem objetivo de evitar o sumiço de provas, como a flagrada no último dia 14 pela Polícia Civil de Belo Horizonte, que encontrou um ex-policial ateando fogo em documentos de uma agência do publicitário, a DNA Propaganda. "Os intengrantes da CPI querem é aparecer, estão fazendo campanha para as eleições do ano que vem. Se a intenção fosse garantir provas, o pedido de prisão teria sido votado há muito tempo", declara. O relator da CPI, Osmar Serraglio, (PMDB–PR), afirma que a intenção não é só impedir a destruição de provas, mas também evitar que o Valério interfira nos depoimentos à CPI. Ele considera que o publicitário pode ter se encontrado com o tesoureiro licenciado do PT, Delúbio Soares, para combinar a versão de que as agências de publicidade mantinham dinheiro do partido em suas contas.

A "colaboração" de Valério foi simplesmente desconsiderada, critica Meurer. Ele defende que a CPI deveria ter levado em conta que o publicitário demonstrou "boa vontade" ao falar à Comissão de Ética da Câmara, à Polícia Federal, à Procuradoria-Geral e à própria CPI. A possibilidade do depoente ter mentido não é motivo para sua prisão, argumenta o parlamentar.

"A legislação brasileira diz que o réu não precisa falar a verdade", rebate.

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