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Queda do palanque: Nereu Moura (no canto direito inferior da foto, olhando a mão) propôs que os bombeiros vistoriem os palcos | Everson Bressan/AE
Queda do palanque: Nereu Moura (no canto direito inferior da foto, olhando a mão) propôs que os bombeiros vistoriem os palcos| Foto: Everson Bressan/AE

Contusão

Requião teve 3 fraturas no pé esquerdo

O governador Roberto Requião (PMDB) acabou tendo uma contusão mais séria do que imaginava ao cair do palanque em Paiçandu, no Noroeste do Paraná. Inicialmente, o governo divulgou que ele teve uma luxação no pé esquerdo. Mas Requião sofreu três fraturas nos dedos e no calcanhar e teve de engessar o pé. Por recomendação médica, deve ficar em repouso e cumprir agenda mínima nos próximos dez dias. As viagens previstas para o interior para inaugurações de obras foram canceladas.

Depois da queda, Requião chegou a ficar desacordado alguns minutos, mas foi socorrido rapidamente por assessores e deputados. Sentindo muita dor, ele deixou o local caminhando e almoçou em Paiçandu junto com aliados. Mas decidiu cancelar o resto da agenda na quinta-feira, onde tinha compromissos em Londrina.

Os exames de raio-x no pé do governador foram feitos só quando ele retornou a Curitiba. As lesões exigiram o gesso. Apesar da contusão, Requião disse a assessores que pretende comandar hoje pela manhã a reunião semanal do secretariado, a chamada "escolinha".

Depois do susto da queda do palco onde estava o governador Roberto Requião (PMDB) e sua comitiva, na última quinta-feira, em Pai­­çandu, a 15 quilômetros de Ma­­­ringá, a Assembleia Legislativa despertou para o tema. O deputado estadual Nereu Moura (PMDB) anunciou ontem que vai apresentar um projeto de lei ainda nesta semana impondo critérios rigorosos para a instalação de palanques. O objetivo é evitar novos acidentes.

Pelo projeto, qualquer palanque ou palco montado no Paraná para comícios, shows ou eventos religiosos terá de ser vistoriado e receber um laudo do Corpo de Bombeiros atestando que não há risco de queda ou acidentes.Moura foi um dos sete deputados que estava na solenidade de entrega de 69 ônibus escolares a 27 municípios da região quando o palco de­­­sa­­­­bou. Uma das vigas de ferro que dava sustentação ao piso do palco cedeu.

O deputado levou 4 pontos na cabeça e machucou o braço. Ao todo, 25 pessoas ficaram feridas. Assustado com o acidente, ele passou a defender a criação de uma lei obrigando que as condições de segurança sejam averiguadas com antecedência em qualquer evento – ainda mais com a proximidade das eleições de outubro do próximo ano, quando o uso das estruturas montadas para abrigar políticos no interior será ainda mais frequente.

"Não é a primeira vez que um palanque cai. As pessoas correm risco de se machucar e até de morrer", disse Moura. Pela proposta, quem descumprir a lei será multado. O valor da multa ainda não foi estipulado, mas o parlamentar adiantou que o dinheiro será revertido para um fundo para investimentos no próprio Corpo de Bombeiros.

Causas

A justificativa da empresa que montou o palanque em Paiçandu é que a estrutura de ferro cedeu por excesso de peso. O palco, tinha capacidade para 40 pessoas distribuídas em 120 metros quadrados. Segundo Anderson Dorigan, proprietário e responsável pela armação do palco, na hora da solenidade havia cerca de 140 pessoas e estavam todas con­­­centradas num espaço pe­­­­queno. "Não foi problema estrutural", assegurou Dorigan, na semana passada.

O deputado Nereu Moura discorda do cálculo e nega superlotação. "Só tinha umas 50 pessoas, tanto é que caiu só a metade do palco", argumentou. Na ocasião, o governo reconheceu que entre 50 e 80 pessoas estavam no palco. Um inquérito civil e criminal foi aberto para investigar as causas do acidente. Ele será conduzido pela Dele­­­gacia de Paiçandu. Além de Requião, estavam no pa­­­lanque secretários estaduais, como Luiz Fernando Delazari (Segurança Pública) e Ênio Verri (Planejamento) e Luiz Forte Netto (Desenvolvimento Urbano). Havia também deputados estaduais – Artagão Júnior, Teruo Kato, Waldyr Pugliesi, Nereu Moura (todos do PMDB), Luiz Nishimori (PSDB) e Dr. Batista (PMN) – e um deputado federal, Odílio Balbinotti (PMDB).

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