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“Não me surpreende em nada porque eu sei que todo mundo recebe (dinheiro), e que a política é assim. As pessoas precisam receber dinheiro para a campanha.” Flávia Arruda, mulher do governador afastado do DF, comentando o vídeo em que o marido aparece recebendo R$ 50 mil de Durval Barbosa | Sérgio Dutti/AE
“Não me surpreende em nada porque eu sei que todo mundo recebe (dinheiro), e que a política é assim. As pessoas precisam receber dinheiro para a campanha.” Flávia Arruda, mulher do governador afastado do DF, comentando o vídeo em que o marido aparece recebendo R$ 50 mil de Durval Barbosa| Foto: Sérgio Dutti/AE

Saúde

Exames não apontaram problemas

Das agências

Brasília - A Polícia Federal informou ontem que os exames do governador afastado e preso do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM), não apontaram nenhuma alteração no estado de saúde do ex-democrata. Foi descartada a suspeita de trombose (formação de um coágulo de sangue) no tornozelo direito. Arruda foi encaminhado na segunda-feira a um hospital para fazer exames. Mesmo com o resultado negativo, o ministro Fernando Gonçalves, do STJ, autorizou ontem a ida do médico particular do governador à cela da Superintendência da Polícia Federal onde Arruda está preso desde 11 de fevereiro.

O pedido de autorização para a visita foi feito na segunda-feira pelos advogados, de olho num laudo médico que comprovaria que Arruda não tem condições de permanecer preso na cela da PF. A defesa de Arruda trabalha com a possibilidade de pedir uma prisão domiciliar ou transferi-lo para uma clínica particular. O Ministério Público já reagiu a esse movimento do governador. O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou que é contrário a uma prisão domiciliar. Alegou que Arruda vive em condições dignas na cela da PF.

A mulher do governador afastado o visitou ontem e também reclamou das condições do marido na prisão. Na saída, Flávia ainda disse aos jornalistas que não vê problema no vídeo em que Arruda recebe R$ 50 mil das mãos de Durval Barbosa, seu ex-secretário de Relações Institucionais e delator do esquema. "Não me surpreende em nada porque eu sei que todo mundo recebe, e que a política no Brasil é assim. As pessoas precisam receber dinheiro para a campanha", disse Flávia.

Brasília - A Câmara Legislativa do Distrito Federal deu início ontem à tramitação do pedido do Superior Tribunal de Justiça (STJ) para instaurar dois processos criminais contra o governador afastado e preso, José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM). A solicitação do ministro do STJ, Fernando Gonçalves, foi lida em plenário ontem. Esse é o primeiro passo na Câmara para o trâmite do pedido de autorização para a abertura de processos criminais contra Arruda, acusado de tentativa de suborno a testemunhas e falsidade ideológica. Agora, o pedido será encaminhado à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A previsão é que o plenário da Casa vote os pedidos de autorização no prazo de um mês.

Na CCJ, o pedido do STJ será relatado pelo deputado Chico Leite (PT), que também foi o relator dos processos de impeachment contra Arruda na comissão especial criada para analisar as denúncias. Chico Leite apontou que há pelo menos três indícios de que Arruda cometeu crime de responsabilidade para manter o esquema de corrupção. O parecer dele defendendo a abertura do processo de impea­chment foi aprovado na semana passada pelo plenário, abrindo o prazo de 20 dias úteis para a defesa.

Pelas regras da Câmara, quando o pedido do STJ chega à CCJ, é aberto um prazo de dez dias úteis para a defesa de Arruda. Se ele não se posicionar, um defensor público é escolhido pela comissão para formular a defesa do governador. Após a entrega do material, a CCJ tem outros dez dias para apresentar um parecer e encaminhar o caso ao plenário. Caso a Câmara autorize a abertura de processo, Arruda é afastado por 180 dias do cargo.

Atualmente, Arruda está afastado porque o STJ determinou no dia 11 de fevereiro a sua prisão por tentar obstruir as investigações do esquema de arrecadação e pagamento de propina. Na quinta-feira, o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou o habeas corpus apresentado pela defesa do governador afastado.

O ministro do STJ Fernando Gonçalves, que é o relator do inquérito que investiga o suposto esquema de corrupção,pediu autorização à Câmara Legislativa na semana passada para processar Arruda.

Um dos pedidos se refere ao processo em que Arruda e outras cinco pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público Federal por corrupção de testemunha e falsidade ideológica.

O governador afastado e os demais denunciados estão presos acusados de tentar subornar o jornalista Edson dos Santos, o Sombra, testemunha do suposto esquema de corrupção.

O outro pedido é sobre a denúncia de que Arruda teria inserido informações falsas em quatro notas fiscais entregues à Justiça, declarando o recebimento de dinheiro para "pequenas lembranças e nossa campanha de Natal", nos valores de R$ 20 mil, R$ 30 mil, R$ 20 mil e R$ 20 mil, respectivamente nos anos de 2004 a 2007.

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