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Em um cenário que tentava reproduzir um "mar de lama", deputados e senadores, membros da CPI dos Correios, discutiram na noite desta segunda-feira o desempenho da Comissão. O programa Roda Viva (TV Cultura) tentou reproduzir o clima da CPI, reunindo parlamentares do governo e da oposição, para debater sobre as investigações, as contradições, os conflitos, a disputa partidária e os rumos das investigações que apuram o suposto esquema de corrupção nos Correios e as denúncias de pagamento de propina a deputados da base aliada do governo.

Participaram do programa a senadora Ideli Salvati (SC) e os deputados Mauricio Rands (PE) e José Eduardo Cardoso (SP), todos petistas. Pela oposição estiveram presentes o senador Cesar Borges (PFL/BA), a deputada Denise Frossard (PPS/RJ) e Gustavo Fruet (PSDB/PR). A juíza e parlamentar Denise Frossard iniciou o programa afirmando que, com a entrevista deste domingo, o presidente Lula já se encontra em posição de ser investigado, porque ele teria "se colocado dentro do processo". "Ele veio a público co-validar as explicações de Valério e Delcídio", afirmou.

Ela disse ainda que não imputa os fatos ao PT, mas sim "a uma cúpula, igual àquela que julguei uma vez". Ainda no primeiro bloco, a discussão esteve ligada ao tratamento dado aos depoentes - acusados e testemunhas - ora tentando desqualificar a testemunha, ora fazendo de seus depoimentos plataforma para a antecipação da disputa eleitoral. O senador Cesar Borges disse que as pessoas ouvidas pela CPI estão também desrespeitando a CPI, mentindo e usando recursos legais para escapar das perguntas.

Falando especificamente sobre a ex-secretária do publicitário Marcos Valério, Fernanda Karina Somaggio, o deputado José Eduardo Cardoso afirmou que não houve tentativa de desqualificar a testemunha, mas sim de apurar qual o seu papel no suposto esquema. "Se ela não tem envolvimento, ótimo, parabéns para ela pelo que está fazendo pelo Brasil. Mas ela não está isenta de uma investigação".

Com ele concordou a deputada Ideli Salvati, que disse ser necessário "investigar a tudo e a todos, considerando todas as hipóteses". Denise Frossard disse que "é preciso deixar as cores partidárias na soleira da porta da CPI, e pensar nas razões de estado", evitando levar as pretensões eleitorais e a disputa partidária para a investigação.

O deputado Fruet disse que "terminou a fase da guerrilha, e estamos entrando na fase de qualificação". Fruet disse ainda que a investigação "tomou uma dinâmica que impede, agora, qualquer tentativa de abafamento". "É fundamental ter clareza que a CPI será julgada muito mais pelos resultados que pelos possíveis excessos".

Para José Eduardo Cardoso, a CPI não pode acabar em pizza de jeito nenhum por causa da expectatica da sociedade. As críticas mais duras à CPI e ao desempenho dos parlamentares partiram do senador oposicionista Cesar Borges. "A CPI não está gerando fatos, tem sido burocratizada e tem andado a passos lentos".

Em resposta, tanto Ideli Salvati, quanto Maurício Rands justificaram o andamento da Comissão, afirmando que existe o que chamaram de "lógica investigativa" que deve ser seguida.

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