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 | Antonio Augusto/Câmara dos Deputados
| Foto: Antonio Augusto/Câmara dos Deputados

Deputados que se elegeram com votos do PT poderiam ter virado a votação do impeachment na Câmara. Trinta e um parlamentares eleitos em coligações que envolviam o partido votaram a favor do prosseguimento do processo contra Dilma Rousseff – além de dois ex-petistas, Toninho Wandscheer (PROS-PR) e Weliton Prado (PMB-MG).

Ao todo, o PT e seus aliados elegeram 144 deputados. No total, 367 votaram pelo impeachment – 25 a mais do que o necessário.

Em 2014, o PT escolheu disputar as eleições coligados com outros partidos em 23 dos 27 estados. Em 21 deles, escolheu legendas que, posteriormente, defenderam o impeachment de Dilma.

Alguns desses partidos fizeram parte da coligação que elegeu a presidente, e mudaram de lado semanas antes da votação. Há, porém, alianças locais com partidos que foram oposição durante toda a era Dilma, como DEM e PPS. No nível federal, apenas PSDB, PSTU, PCB e PCO não participaram de nenhuma coligação com petistas.

De 33 deputados que votaram pelo impeachment, 14 foram eleitos pelo PMDB, que se coligou com o PT em sete estados. Os outros estão distribuídos em 12 outros partidos, incluindo o próprio PT, o PDT e o PR, que orientaram suas bancadas contra o impeachment – no caso do PR, a vasta maioria da bancada descumpriu a orientação.

Dos 144 deputados eleitos em chapas petistas, 21 mudaram de partido neste período. Sete votaram a favor do impeachment, e os outros 14 foram contrários. Quatro deles saíram do próprio PT. Prado e Wandscheer foram favoráveis, enquanto Assis do Couto (PDT-PR) e Alessandro Molon (Rede-RJ) foram contra.

No Paraná, o PT se coligou com PCdoB, PTN, PDT e PRB – os dois últimos não elegeram parlamentares. Além dos citados, Christiane Yared (PR-PR), eleita pelo PTN, votou a favor. Ênio Verri (PT-PR) e Zeca Dirceu (PT-PR) votaram contra.

Coligações

Em eleições proporcionais, quando dois ou mais partidos formam uma chapa, todos os votos, nominais ou de legenda, são somados para a definição de quantas cadeiras cada agremiação ou coligação de agremiações terá no parlamento. Assim, um voto dado em um partido pode ajudar o candidato de outro partido, muitas vezes com posições políticas conflitantes.

Favorece essas distorções o fato de que as coligações para deputado federal são delimitadas pelas eleições estaduais. Dois partidos coligados em nível estadual, mas adversários em nível federal, podem montar uma chapa conjunta para as eleições da Câmara. Entretanto, partidos aliados em nível federal e que apoiam chapas distintas em nível estadual não podem.

Por exemplo: o PTN, que participou da chapa do PT no Paraná, apoiou Aécio Neves (PSDB) em nível nacional. Já o PMDB, que apoiou Dilma, participou de outra coligação majoritária – encabeçada por Roberto Requião (PMDB) – em nível estadual, o que impediu que dois partidos então aliados se coligassem em nível federal para uma eleição federal.

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