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As sessões da Assembléia Legislativa terminaram no dia 15 de dezembro e a última semana foi de mudança para aqueles que não se reelegeram. Depois do baque da derrota nas urnas, eles estão desmanchando seus gabinetes e fazendo planos para 2007. Alguns vão desistir da vida pública e outros já planejam as próximas eleições. Dos 47 deputados estaduais que disputaram a reeleição, 15 ficaram de fora.

O gabinete do deputado José Domingos Scarpelini está praticamente fechado. O deputado terminou de tirar suas coisas na quinta-feira e vai começar o ano-novo já fora da Casa. Originalmente de Apucarana, pretende voltar a sua cidade e disputar a prefeitura daqui a dois anos. "Estou conversando com os meus amigos, minha família, e vou preparar minha candidatura." Scarpelini já foi prefeito da cidade de 1989 a 1992. Para voltar ao poder local, vai enfrentar a família Pegorer, seus adversários políticos. Até lá, também vai cuidar de sua jazida de caulim, no Tocantins.

Marcos Isfer, que cumpriu três mandatos na Assembléia Legislativa e antes ficou por mais três na Câmara de Curitiba, vai voltar para a iniciativa privada. Ele tem uma construtora. "Nesses anos meu patrimônio diminuiu. Vou tratar de cuidar da minha vida e ganhar dinheiro", diz.

Isfer garante que não pretende mais voltar para a vida pública. "Achava que o povo queria mudanças e que ganharia votos com isso, mas teve favoritismo o poder econômico. Não tenho nenhuma perspectiva de participar de outra eleição, acho que cumpri um ciclo da minha vida", diz.

Marcos Isfer já saiu do seu gabinete e o deixou para o companheiro de partido, Douglas Fabrício, que deve ocupar o espaço provisoriamente, até o sorteio dos gabinetes, que deve ser feito em janeiro.

Mas nem todos prepararam a mudança. O deputado Neivo Beraldin promete não desperdiçar um dia como deputado e trabalhar até o final do mandato, no início de fevereiro. Presidente da CPI do Banestado, Neivo Beraldin não entende a derrota. "Ataquei os grandes, na CPI do Banestado meu relatório atingiu muita gente poderosa. Trabalhei duro na fiscalização do Executivo, fui o autor do ICMS Ecológico. Creio que o último foi meu melhor mandato e acredito que depois de tudo teria uma boa votação", diz.

Depois de cumprir cinco mandatos na Assembléia Legislativa, Beraldin pretende trabalhar nas empresas de sua família, a Empório Beraldin, fabricante de seda, com sede em São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, México, Estados Unidos e Londres. Culpa o poder econômico pela sua derrota, com os altos investimentos de boa parte das campanhas.

Beraldin preside a comissão de fiscalização da Assembléia Legislativa e ainda trabalha em alguns relatórios. Ele é o segundo suplente da coligação, mas está preparado para não assumir uma cadeira.

O delegado Mário Sérgio Bradock marcou seu mandato por, entre outras coisas, mandar confeccionar ternos da cor verde-oliva, com os quais estava sempre presente nas sessões. Depois de cumprir seu primeiro mandato, está se despedindo do gabinete, mas não pretende dar adeus à Assembléia. Ele articula continuar na Casa como chefe da segurança. "Existe essa conversa, mas tenho que esperar a nova mesa da Casa assumir", diz. Se não der certo, volta para a Polícia Civil. "Penso em montar um escritório de advocacia também. Não sou político profissional, tenho o que fazer", diz. Ele é o oitavo suplente do PMDB, por isso dificilmente ocupará uma vaga.

Outros deputados não-reeleitos esperam as acomodações políticas do governo do estado. Natálio Stica (PT) pode ocupar uma diretoria na Sanepar. O deputado Rafael Greca é cotado para a Secretaria de Cultura, mas como é primeiro suplente do PMDB, ainda pode ocupar uma cadeira na Assembléia se outro deputado for chamado para compor o secretariado do governo Roberto Requião. Da mesma forma, Vanderlei Iensen, também não-reeleito, deve voltar para a chefia de gabinente do governador.

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