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Vereadores

Derosso depõe no MP sobre escândalos na Câmara de Curitiba

Presidente do Legislativo municipal evitou a imprensa. Tucano é investigado por irregularidades na Casa

Derosso é suspeito de contratar servidores fantamas e de nepotismo | Marcelo Elias/ Gazeta do Povo
Derosso é suspeito de contratar servidores fantamas e de nepotismo (Foto: Marcelo Elias/ Gazeta do Povo)

O presidente da Câmara de Curitiba, João Cláudio Derosso (PSDB), prestou depoimento ontem ao Ministério Público Estadual (MP). Derosso evitou a imprensa. Os dois promotores responsáveis pelo caso, Paulo Ovídio dos Santos Lima e Danielle Gonçalves Thomé, também não quiseram falar sobre a audiência. Este foi o primeiro depoimento do vereador ao MP.

Derosso é acusado de irregularidades na licitação de serviços de publicidade, na contratação de servidores e na nomeação de uma cunhada para um cargo comissionado.

O tucano respondeu a todas as perguntas feitas pelos promotores, mas a reportagem não teve acesso ao teor do depoimento, que durou cerca de três horas: o vereador chegou às 14 horas e deixou o prédio às 17h15. O MP deve realizar novas diligências nas próximas semanas, para levantar informações sobre as suspeitas.

Nesta semana, foram ouvidos também os servidores que compuseram a comissão da licitação para serviços de publicidade vencida pela mulher de Derosso, a jornalista Cláudia Queiroz Guedes. Ela própria deporia na quinta-feira, mas, por motivos de saúde, o depoimento foi adiado para semana que vem.

Denúncias

A empresa da mulher do vereador, Oficina de Notícias, venceu uma licitação em 2006 para a contratação de serviços de publicidade para a Casa. Derosso alega que os dois não tinham nenhum relacionamento à época. A licitação ocorreu enquanto ela era funcionária comissionada da própria Câmara – o que é vedado pela Lei de Licitações. A empresa recebeu R$ 5,1 milhões entre 2006 e 2011.

Além disso, existem suspeitas de irregularidade nos gastos da Casa com o jornal Câmara em Ação, feito pela empresa Visão Publicidade – que administrou um total de R$ 26,8 milhões da Câmara em cinco anos. Segundo dados do Tribunal de Contas do Paraná (TC), foram gastos R$ 14 milhões com a impressão do informativo, mas até hoje ainda não foi encontrada nenhuma cópia dele.

Outra irregularidade teria ocorrido na contratação de quatro funcionários da Assembleia Legislativa pela Câmara em 1997. Entre eles está João Leal de Mattos, envolvido nos escândalos dos Diários Secretos, revelados pela Gazeta do Povo e pela RPC TV. Inicialmente, os quatro foram lotados no gabinete do então vereador Éde Abib, irmão do ex-diretor-geral da Assembleia Abib Miguel, o Bibinho. Entretanto, a partir de 2005 (quando Éde Abib deixou a Câmara), Mattos foi nomeado consultor legislativo da Casa, sob responsabilidade da presidência. Há indícios de que Mattos seria funcionário fantasma.

O MP também investiga a nomeação de uma cunhada de Derosso, Renata Queiroz Gonçal­­­ves dos Santos, para um cargo comissionado. Ela foi contratada em janeiro e exonerada em abril.

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