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A Defesa Civil de Pernambuco ainda não sabe o que causou o desabamento do sobrado de dois andares na noite de terça-feira, no centro histórico de Recife. O desmoronamento deixou sete mortos e sete feridos. Entre os mortos, há três crianças.

O prédio era ocupado irregularmente por famílias de sem-teto e ficava na Rua Velha, uma das mais tradicionais do Centro de Recife. Suas casas, algumas azulejadas, são conjugadas. A maior parte das residências data dos séculos XIX e do início do XX. Com o desmoronamento, três imóveis vizinhos, inclusive uma loja de material de construção, também foram afetados, sendo que parte deles desabou.

Equipes do Instituto de Criminalística de Pernambuco e da coordenadoria municipal de Defesa Civil iniciaram nesta quarta-feira um levantamento com objetivo de identificar os fatores que contribuíram para o desmoronamento. Segundo o Corpo de Bombeiros, ainda há risco de novos desabamentos na região.

Oito imóveis foram condenados e interditados pela Defesa Civil. Toda a área em volta do prédio desmoronado foi isolada por medida de segurança. Diversas edificações da mesma rua estão em situação precária de conservação, sem manutenção das instalações elétricas e hidráulicas há vários anos. Os moradores desocuparam os imóveis, no entanto, não puderam retirar seus objetos. Assessora de planejamento da Prefeitura do Recife, Paula Mendonça, disse que a demolição do que restou será inevitável.

O major José Valdir, do Corpo de Bombeiros, disse que o isolamento da área da ocorrência foi necessário para evitar novos acidentes já que a fachada do sobrado ficou intacta, mas apresenta rachaduras e corre risco de cair a qualquer momento.

VÍTIMAS - Dois dos primeiros corpos a serem retirados dos escombros foram os de Leandro Ramos Gonçalves, 21 anos, e seu filho, o bebê Alex Pereira Ramos Gonçalves, 6 meses. Por volta das 22h, os bombeiros retiraram o corpo de Emerson Gonçalves da Silva, 43 anos, dono do armazém de ferragens atingido pelos escombros.

Às 23h30m, Rian Lins de Andrade, 3 anos, foi resgatado também sem vida. O corpo de Rosineide Santos de Andrade, 24 anos, foi encontrado pouco depois. Luana Beatriz Lima Silva, quatro anos, também morreu em decorrência do desabamento. Pela manhã, os bombeiros retiraram o corpo da última vítima, Maria do Socorro Fonseca Girard, 62 anos. Segundo os Bombeiros, o cadáver foi encontrado na cozinha, como se ela estivesse indo em direção aos fundos da casa no momento do acidente.

Os feridos são: Fábio Rogério da Silva, 37 anos; Otávio Gustavo Fonseca Girard, 33 anos, filho de Maria do Socorro; Gustavo Gastão Girard, 62 anos, marido dela; Rosane Firmina da Silva, 26 anos; além de três crianças de um, quatro e cinco anos.

SEM TETO - Em setembro do ano passado, o edifício havia sido ocupado por militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto. Os proprietários do prédio entraram na Justiça com pedido de reintegração de posse. Durante o despejo, os sem-teto reagiram com pedradas quando soldados da Polícia Militar tentavam executar a desocupação da área.

A Polícia Militar reagiu com bombas e, no conflito, uma delas atingiu o olho de um dos líderes do movimento dos sem-teto, que perdeu o olho esquerdo. Os sem-teto retornaram este ano ao prédio e desde então permaneciam no local, exigindo que a prefeitura transferisse os invasores para casas populares.

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