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Um esquema de corrupção está prejudicando milhares de brasileiros que esperam por uma cirurgia pelo Sistema Único de Saúde. Reportagem do Jornal nacional desta quarta-feira mostrou os detalhes do que ocorre no Rio Grande do Sul.

Um casal, que não sabia que estava sendo filmado, opera um esquema paralelo de marcação de consultas. Ele é Gilberto e ela, Maria Aparecida.

- Eu faço a parte prática, ela faz a parte técnica - diz Gilberto.

Com a ajuda de funcionários de prefeituras, os envolvidos no esquema inserem, na fila do SUS, os nomes de pessoas que não existem. Depois, esses pacientes fantasmas são trocados por nomes de pessoas de verdade, que conseguem, desse jeito, furar a fila.

Em Bom Retiro do Sul, a funcionária da prefeitura confirma a fraude.

- A gente faz com nome fictício, mas a gente não manda a pessoa pra lá. Eu só faço pra ter esta consulta agendada. Aí eu ligo pro Gilberto e pergunto se tem alguém que precisa de pediatria, alguma coisa assim? - conta a funcionária.

Num outro município, a secretária de Saúde diz quanto os pacientes pagam para furar a fila.

- Eles pagam uma primeira consulta, 250 ‘pila’. Sai com as varizes feitas, uma perna, duas pernas - diz ela.

Gilberto se apresenta como coordenador de saúde de municípios do interior. Ele diz que usa documentos de prefeituras para substituir os nomes na fila do SUS.

- Nós temos o formulário oficial da Secretaria de Saúde, emblema da Prefeitura, tudo - diz Gilberto.

Os fraudadores também fizeram acordos com prefeituras do interior para receberem uma comissão por consultas e exames antecipados. Em alguns casos, o casal chegou a receber R$400 por mês pelos serviços prestados. O Ministério Público está investigando a denúncia.

- O maior prejudicado nisso tudo é o povo brasileiro, que vê o seu direito à saúde pública preterido por uma verdadeira quadrilha. Esta sim é passa a eleger aqueles que terão direito ao acesso à saúde - disse o promotor André Prediger.

O casal que aparece nas gravações disse que presta apenas serviços legalizados para as prefeituras. Em Porto Alegre, o coordenador da central de marcação de consultas do SUS, Eduardo Elsade, disse que algumas irregularidades já estão sendo investigadas. Ele explicou ainda que o sistema será informatizado para evitar novas fraudes.

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