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Relatores do caso endurecem contra voto secreto nesta quinta-feira

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O Conselho de Ética julga na manhã desta quinta-feira (30) o pedido de cassação do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), acusado de ter despesas pessoais pagas por lobista, em meio a denúncias de que ele usou o cargo para tumultuar o processo. Uma guerra comandada pela tropa de choque renanzista deve agitar a sessão de votação.

Os relatores Marisa Serrano (PSDB-MS) e Renato Casagrande (PSB-ES) não aceitam o parecer encomendado à consultoria jurídica, que defende o voto secreto. Com o apoio de outros senadores, vão encaminhar um recurso, no início da sessão, para tentar derrubar o parecer com o voto do Conselho, para que a votação seja aberta.

Caso a norma, defendida pelo presidente Leomar Quintanilha (PMDB-TO) seja derrubada, cabe recurso à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), sem efeito suspensivo - o que não impede a votação ainda nesta quinta-feira do voto conjunto dos dois pedindo a cassação.

A previsão é que, dos 16 membros, 12 votem pela sessão aberta. Se for fechada, Casagrande diz que não apresentará o parecer e pedirá mais tempo. No relatório conjunto de Marisa e Casagrande, a parte da tucana vai enfatizar a relação "incestuosa" de Renan com o lobista Cláudio Gontijo. A parte de Casagrande vai destacar que o acusado não tinha condições de ter o patrimônio que declarou com a renda que tem. O relatório dirá que Renan usou recursos de terceiros para fazer os pagamentos à jornalista Mônica Veloso.DEM vai apresentar parecer a favor da votação aberta

A parte considerada mais delicada, descrita por um membro do Conselho como prova irrefutável contra Renan, é a que diz respeito aos supostos empréstimos contraídos junto à Costa Dourada Veículos, de propriedade de Tito Uchôa, suspeito de ser laranja do senador alagoano. Almeida Lima (PMDB-SE) vai dizer em seu voto em separado que Renan é inocente.

"Gastamos dois meses de trabalho e temos tudo pronto. O caso está maduro para votação. Mas não vamos apresentar um relatório sem conclusão, sem indicar se é para cassar ou absolver. Se a votação for secreta não apresentaremos o relatório amanhã (hoje)" anunciou Casagrande.

A liderança do DEM vai apresentar um outro parecer para provar que a votação aberta é constitucional.

Na véspera de julgar Renan, tumulto no Senado

Na véspera do dia D de Renan no Conselho de Ética, a demissão do secretário-geral adjunto da Mesa Marcos Santi e suas denúncias de pressão junto à assessoria jurídica do Senado para elaborar pareceres que vêm beneficiando a defesa do presidente do Senado provocaram um grande tumulto no plenário. Casagrande e Marisa Serrano, com o corregedor Romeu Tuma (DEM-SP), passaram o dia ouvindo o depoimento do funcionário. Nos depoimentos, ele disse que Renan foi "plantando nulidades" em várias fases do processo, que poderiam ser usadas para sustentar uma eventual ação contra a decisão do Senado no Supremo Tribunal Federal.

Depois que Tuma alertou Marcos Santi que ele poderá ser alvo de um processo disciplinar administrativo, na carta de demissão ele diz que não deu nenhuma entrevista. No fim do dia, bastante irritado, Renan pegou a carta e, sentado na cadeira de presidente, exibiu-a para o plenário, numa tentativa de convencer os senadores de que o funcionário estaria negando as denúncias. Mesmo na cadeira de presidente, ele se referia "ao senhor presidente".

"Não encomendei parecer nenhum. Nunca permiti que se utilizasse a máquina do Senado para beneficiar ninguém, nem o seu presidente. Não conheço esse senhor Marcos Santi".

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