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Atualizado em 18/05/2006 às 19h03

Oito presos foram transferidos no início da tarde desta quinta-feira (18) da Cadeia Pública Hildebrando de Souza, em Ponta Grossa, região dos Campos Gerais, para a Penitenciaria Estadual da cidade. A medida visa diminuir um pouco a superlotação do local, que tem capacidade para 112 detentos, mas estava com 260. A superlotação teria sido uma das causas que motivaram a rebelião na Cadeia na manhã de quarta-feira. No motim que durou quase quatro horas, oito policiais militares e três presos ficaram feridos. Um preso também foi transferido em Campo Mourão, região Noroeste do estado.

Segundo o chefe do setor de custódia da Cadeia, Jorge Teixeira, todos os transferidos não são de alta periculosidade ou líderes do último motim. "Todos já estão condenados, foi apenas um procedimento padrão. Na verdade, eles já deveriam estar na Penitenciária", conta Teixeira. Ainda segundo o chefe de custódia, novas transferências devem acontecer nos próximos dias. "Estamos aguardando a Justiça determinar novas transferências. Cerca de 20 presos devem ganhar o direito ao regime semi-aberto. Isso já dará uma aliviada na superlotação", completa.

A Cadeia Hildebrando de Souza possui quatro galerias. A rebelião ficou restrita a terceira, e foi lá que os danos foram maiores. "Ficou tudo destruído. A rede elétrica, hidráulica, derrubaram grades, mas os reparos já começaram e nessa semana ainda os 74 presos que ocupavam o local devem retornar", assegura Teixeira.

Entre os detentos feridos, dois deles tiveram apenas escoriações e já retornaram para a Cadeia. Apenas um, Rodrigo dos Santos, conhecido como Coiote, que levou um tiro nas costas, continua internado no hospital Bom Jesus. De acordo com o hospital, foi feita uma drenagem de tórax para retirada de sangue e que Santos não corre risco de morte. A bala continua alojada no corpo do preso, mas, a princípio, não é preciso intervenção cirúrgica para retirada do projétil.

Outras cadeias

Nas outras sete cadeias que passaram por rebeliões no Paraná, apenas em uma delas houve alguma transferência nesta quinta-feira. Em Campo Mourão, Noroeste do estado, um preso que participou do último motim e já estava condenado pela Justiça foi transferido pela manhã para a Penitenciaria de Guarapuava, na região Central.

Nas cadeias de São José dos Pinhais, Foz do Iguaçu, Cascavel, Assis Chateaubriand, Umuarama e Toledo não estão previstas transferências de detentos nos próximos dias. "Estamos buscando transferências de presos já condenados apenas. Mas isso acontecendo vai de acordo com a disponibilidade de outras penitenciarias", completou o diretor do Centro de Detenção Provisória (CDP), José Guilherme Assis.

Onda de violência

O motim em Ponta Grossa foi o oitavo no Paraná desde o início da onda de violência que atinge, principalmente a cidade de São Paulo, começou por volta de 5h30min da madrugada desta quarta-feira. Cerca de 250 presos se rebelaram após uma tentativa frustrada de fuga.

O caso mais grave no Paraná aconteceu na Cadeia Pública Laudemir Neves, em Foz do Iguaçu, na região Oeste. Mais da metade dos presos fizeram seis reféns, entre eles um carcereiro. Além de Foz e Ponta Grossa, ocorreram rebeliões em São José dos Pinhais, Umuarama, Campo Mourão, Toledo, Cascavel e Assis Chateaubriand.

Saiba como foram as outras rebeliões em cadeias do Paraná

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