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O plenário da Câmara decide nesta quarta-feira o futuro político de mais dois parlamentares acusados de quebra de decoro parlamentar e que tiveram a cassação de seus mandatos recomendada pelo Conselho de Ética. A expectativa é de que o deputado João Magno (PT-MG) seja absolvido e que Wanderval Santos (PL-SP) seja cassado. O primeiro caso a ser votado será o de Wanderval, à tarde.

Dos 18 representados pela CPI dos Correios por envolvimento no escândalo do mensalão apenas três parlamentares ainda dependem do veredito do conselho, que deverá ocorrer até meados de abril, quando vence o prazo de tramitação dos processos. Ainda não tiveram parecer do Conselho os deputados Josias Gomes (PT-BA), Wadão Gomes (PP-SP) e José Janene (PP-PR). O relatório que pede absolvição de José Mentor (PT-SP) deverá ser votado quinta-feira no Conselho de Ética.

Para perda do mandato, a representação contra cada parlamentar deve obter pelo menos 257 votos. A votação será secreta, em de cédulas impressas. Antes disso, os acusados e seus advogados discursarão e os deputados vão discutir os relatórios.

O deputado João Magno é acusado de ter recebido R$ 476 mil das contas do empresário Marcos Valério. O deputado afirma, em sua defesa, que recebeu os recursos de caixa dois do PT em boa-fé, por orientação da direção nacional do partido.O dinheiro teria sido utilizado para saldar dívidas de sua campanha a deputado federal, em 2002, e a prefeito de Ipatinga (MG), em 2004. Porém, a prestação de contas ao Tribunal Regional Eleitoral de Minas só foi feita em outubro de 2005, depois do escândalo do "mensalão".

Já Wanderval Santos é acusado de quebra de decoro parlamentar porque seu motorista sacou R$ 150 mil de uma conta de Marcos Valério. O parlamentar alegou que funcionário estava a serviço do então deputado Carlos Rodrigues, mais conhecido como Bispo Rodrigues, que era o coordenador político da bancada da Igreja Universal do Reino de Deus. Bispo Rodrigues renunciou para escapar do processo de cassação. Wanderval Santos afirma que não se beneficiou do dinheiro.

Mesmo assim, o relator do processo, deputado Chico Alencar (Psol-RJ), concluiu que Wanderval deve responder pelo desvio, já que cedeu indevidamente seu assessor para realizar atividades estranhas ao exercício do mandato. Alencar também recomendou a cassação de Wanderval por causa da "terceirização do mandato" em favor do ex-deputado Carlos Rodrigues e da Igreja Universal.

Wanderval Santos chegou a recorrer à Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) contra o relatório do Conselho de Ética. No entanto, o pedido de anulação do processo foi negado.

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