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A presidente afirmou que as medidas de correção de rumo da economia são necessárias porque “estamos vivendo a segunda etapa de uma crise mais forte do que a que mundo enfrentou em 1929” | UESLEI MARCELINO/REUTERS
A presidente afirmou que as medidas de correção de rumo da economia são necessárias porque “estamos vivendo a segunda etapa de uma crise mais forte do que a que mundo enfrentou em 1929”| Foto: UESLEI MARCELINO/REUTERS

A presidente Dilma Rousseff usou boa parte de seu discurso na abertura do 21º Salão Internacional da Construção, em São Paulo, para defender as medidas de ajustes da economia, que tem como sua grande base a área fiscal. Ela fez questão de reiterar, por diversas vezes, que as medidas tributárias não vão comprometer as conquistas sociais. As considerações da presidente foram feitas a pequena plateia composta por empresários do setor da construção civil.

Após ser vaiada em SP, Dilma encontrará Lula em Brasília

A presidente Dilma Rousseff (PT) mudou os planos e decidiu se encontrar com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na noite desta terça-feira (10), em Brasília. A ideia inicial era que os dois se reunissem, no início da tarde desta terça (10), em São Paulo.

O encontro seria após a presidente participar do Salão Internacional da Construção, na capital paulista, onde foi recebida com vaias e gritos de “fora Dilma” e “fora PT”.

Antes de a petista embarcar para São Paulo, porém, Dilma e Lula se falaram por telefone e decidiram mudar o local do encontro. Segundo a reportagem apurou, a decisão foi tomada para despistar os jornalistas, que já sabiam da reunião desde a manhã de segunda-feira (9).

O partido e o governo federal esperam que a conversa entre Lula e Dilma ajude a resolver parte da crise que traga o Palácio do Planalto. O ex-presidente pedirá à sucessora um “olhar cauteloso” para o cenário atual e medidas “de médio prazo” que dialoguem com a sociedade e com a base social do PT.

A relação de Dilma com o PMDB também deve ser abordada na conversa.

“Tomamos medidas tributárias e reduzimos desonerações. Faço este balanço porque a conjuntura atual é muito mais difícil, mas ela não pode ofuscar o que já temos”, disse a presidente. Para ela, os ajustes reforçam os fundamentos da economia brasileira. “As desonerações tiveram duas etapas. Teve a estrutural e as contracíclicas. As estruturais vão permanecer, mas não temos condições de manter no mesmo ritmo as contracíclicas. O mesmo acontece com o Programa de Sustentação do Investimento (PSI)”, explicou.

De acordo com Dilma, o Brasil passa por um momento nos últimos anos até mais difícil do que o dos anos 30. “Mas passamos longe de uma crise como muitos estão dizendo”, observou. Para ela, a dureza da crise se torna menos prejudicial porque hoje o Brasil tem fundamentos sólidos. “O País elevou 40 milhões de pessoas à classe média, tem um elevado volume de reservas internacionais. Por isso, não temos mais crises que quebram o País”, disse.

Ao mesmo tempo, a presidente afirmou que as medidas de correção de rumo da economia são necessárias porque “estamos vivendo a segunda etapa de uma crise mais forte do que a que mundo enfrentou em 1929.” “Mas as medidas que estamos adotando não vão interromper as conquistas sociais”, afirmou, acrescentando que os programas Minha Casa, Minha Vida e o Bolsa Família vão permanecer.

A presidente ressaltou que o governo fará todos os esforços possíveis para que a atividade comece a apresentar resultados positivos a partir do segundo semestre. “Faremos todo o esforço para que, até o final do ano, sinais de recuperação apareçam”, disse.

Mas de acordo com Dilma, para que isso ocorra é preciso que o empresariado ajude o governo. “Para que a recuperação aconteça, temos que contar com os senhores”, afirmou, se dirigindo aos empresários da construção civil que participaram da abertura do 21º Salão Internacional da Construção.

Dilma afirmou que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), quando foi lançado, continha alguns pontos que, posteriormente, foram aperfeiçoados. Segundo ela, outros setores da economia foram sendo incluídos no programa ao longo do tempo, como os de energia, rodovias e portos. “Alteramos os marcos regulatórios e estamos iniciando o processo de hidrovias”, afirmou. Ainda segundo a presidente, o objetivo de conjugação do PAC e das concessões é acelerar os investimentos em logística.

Dilma durante visita à 21ª edição do Salão Internacional da Construção Feicon Batimat, em São Paulo | Roberto Stuckert Filho/PR

Dilma é recebida com vaias em evento da construção em São Paulo

A presidente Dilma Rousseff foi recebida com vaias ao chegar no final da manhã desta terça-feira, 10, ao parque de exposições do Anhembi, na capital paulista. As vaias teriam partido dos expositores do 21º Salão Internacional da Construção. As vaias teriam sido ouvidas no momento em que a presidente desceu do carro que a conduziu até o local.

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